Bibliografia: ferrovia e história
Filha branca de mãe preta: a
Companhia da Estrada de Ferro
D. Pedro II (1855-1865)
Flavio R. Cavalcanti - 14 Abr. 2015
Filha branca de mãe preta:
a Companhia da Estrada de Ferro
D. Pedro II (1855-1865)
Almir Chaiban El-Kareh
Ed. Vozes, Petrópolis, 1982
Fruto da pesquisa do autor para a dissertação de mestrado na UFF, o livro é um estudo daquele que foi, em sua origem, o maior empreendimento capitalista do Brasil, organizado pelo Estado escravista, em benefício da economia primária escravista, cada vez mais concentrada na classe dos fazendeiros de café do vale do rio Paraíba do Sul e áreas adjacentes.
O período estudado vai da constituição da empresa capitalista, por determinação do Estado escravista, até sua dissolução como companhia privada, por decisão do Estado de encampá-la.
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Capa do livro Filha branca de mãe preta: a
Companhia da Estrada de Ferro
D. Pedro II (1855-1865)
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Vale lembrar que esse também foi o período em que vigorou um objetivo vencer a serra do Mar, para chegar ao vale do Paraíba do Sul comum aos mais diversos interesses e grupos que participavam da disputa pelas decisões de Estado.
Foi, igualmente, o período em que D. Pedro II, de forma velada, deu sustentação a Cristiano Ottoni, crítico radical da Coroa.
Por isso, a Autobiografia de Ottoni torna-se leitura complementar fundamental. Embora extensamente citada, muitos de seus pontos mais significativos não são notados por El-Kareh, focado na análise da relação escravismo X capitalismo.
É importante frisar que o título não se refere à ferrovia, mas à Companhia, como se chamava, na época, a sociedade anônima (S.A.), necessária para reunir um volume de capitais muito além das possibilidades da classe escravista e de seus parceiros comerciais e financeiros urbanos.
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