|
|
Maquetes de ferreomodelismo
|
|
Conforme prometi há algum tempo, e esperando que seja de algum interesse para os ferreomodelistas, descrevo minha experiência com ferreomodelismo em uma maquete suspensa.
Iniciando com um pequeno histórico, desde tempos que se perdem em minha lembrança, já era, mesmo sem saber, um membro deste grupo que, por motivos desconhecidos, é maníaco por trens, ferrovias e afins.
Uma infância com dinheiro curto, no interior sul do Espírito Santo, limitou minha paixão por trens a eventuais viagens na Leopoldina e a trens grosseiros feitos em casa, uma vez que não podia comprar trens importados e talvez nem nacionais (se os houvesse). De trens verdadeiros,só podia observar a via permanente, algumas obras de arte e uma pequena estação, próximos de casa, pois o tráfego, em um mau sinal do que viria, havia sido erradicado por volta de 1952, dois anos antes de meu nascimento, quando a decadência econômica e do café inviabilizaram a Estrada de Ferro Itabapoana (ramal da Leopoldina de Itabapoana a Bom Jesus do Norte, margeando o rio do mesmo nome).
No início da década, casado, formado e esquecido dos trens, talvez um modelo da Frateschi em uma vitrine acordou em mim o vírus e eu descobri que existia ferreomodelismo no Brasil, e que provavelmente não era o único com esse interesse. Desde então, tento me tornar um ferreomodelista.
Lidos todos os números do Informativo Frateschi e o livro Ferrovias para você construir, cheguei à conclusão de que seria viável ter uma maquete em casa. Deixei a ideia amadurecer durante algum tempo, enquanto isso meu filho cresceria mais um pouco, deixando-me mais tempo para a construção e garantindo a não destruição dos trens.
Finalmente, concluí que morando em um apartamento pequeno e tendo pouca experiência, a primeira maquete deveria ser pequena porém interessante. No Informativo Frateschi n° 29 encontrei o “ovo de Colombo” que procurava, um traçado compacto porém com um bom potencial, principalmente depois de algumas mudanças que descreverei adiante.
Decidido e estudado o traçado, resolvi aumentá-lo para 1,60 metro de comprimento, pois ganharia mais 22 centímetros de retas sem mudar a essência, o curso, o peso etc. Resolvi ainda que a maquete teria que ser suspensa, pois não dispunha de área livre nem para encostá-la a uma parede, e achei um espaço de teto ideal.
Começaram as lições, iniciei a compra do material e a construção do tablado, seguindo todas as recomendações da Frateschi.
Pensando na estética, resolvi usar fio de nylon (linha de pesca) de 1,0 mm. Usei apenas quatro roldanas de plástico e no tablado quatro ganchos roscados nas laterais, nos quais prendia as argolas às extremidades das linhas.
De início achei o tablado um pouco pesado para ser do tipo suspenso e acabei fazendo algumas mudanças. As linhas de nylon definitivamente não aprovaram. Apesar dos aproximadamente 10 quilos do tablado, o fio machucava as mãos, não permitia pegar (escorregava) e por fim, era elástico,esticava muito e não corria bem nas roldanas, também plásticas.
Além disso, um erro na furação do teto para as buchas fazia os fios roçarem no tablado e, para coroar, uma das roldanas se rompeu, felizmente sem grandes danos.
Preocupado, resolvi recomeçar tudo. Felizmente, não havia assentado os trilhos.
Fixei as roldanas na laje com buchas de 6,0 mm marca Fischer. Não confundir com outras buchas, de cor cinza claro e plástico ordinário, que considero perigosas, pois o plástico envelhece, resseca, racha e as buchas se “desmancham”.
Após todas estas alterações, o tablado e a suspensão estavam aprovados, e era hora de colocar os trilhos, para ver rodar os trens que já havia comprado.
Preparei um compasso de cintel com um tubo de alumínio, dois blocos de madeira e pontas de compasso. Funcionou bem. Preparei gabarito de papel cartão para cortar os setores de cortiça para o leito, com o cuidado de não coincidir as emendas dos trilhos com as da cortiça. Antes, porém, tracei a linha, em escala, com a largura máxima do leito. Recortei e espalhei os gabaritos sobre um desenho da folha de cortiça, na mesma escala, de modo a estudar melhor o aproveitamento da folha. Traçado o contorno dos segmentos com caneta, foi só cortar e biselar com fala Olfa e colar no tablado com pintos de cola de madeira espaçados, seguindo a linha de centro.
Todos os trilhos e dormentes foram pre-pintados de marrom e os dormentes de cinza sujo, em um trabalho que exige bastante paciência.
Soldados os cabinhos às talas, os trilhos foram fixados e emendados conforme recomendação do Informativo Frateschi, usando pregos que chegassem ao compensado.
No que considero uma grande melhoria, dividi o traçado em cinco blocos com energização independente (ver foto do painel), ao invés dos dois recomendados no Informativo n° 30. Com isso, acho que fiquei com muito mais facilidade de manobras, podendo parar e engatar locomotivas e trens em vários locais e ter dois trens funcionando alternadamente.
Construí também o painel da foto, com colagens e plastificação e instalei a fiação da maneira mais racional possível, presa com suportes de acrílico aparafusados. O sistema elétrico, soldado sempre que possível, funciona perfeitamente. Como não pretendo manter o controlador fixo à maquete (subindo e descendo) e nem seria possível ficar ligando e desligando os cabinhos, instalei um plugue DIN no Controlador CT-5200 e outro do lado do painel (foto), ligando ambos por um cabo de uma malha e três pernas com um plugue em cada ponta, sobrando ainda um pino sem uso nos plugues. Tal sistema também não falha, e me pareceu uma boa solução, permitindo inclusive levar o controlador para qualquer ponto da maquete, para testes etc.
Finalmente, coloquei dois flanges de PVC (Tigre 3/4’’) sob o tablado para colocar dois pés de tubo e apoiar o lado oposto no encosto de uma bicama, tendo o sistema funcionado conforme a foto.
Daqui para a frente tentarei cuidar da decoração e envelhecimento do material.
Baseado na experiência adquirida, aconselharia ao amigo leitor:
Espero que esta descrição apresente algum interesse para vocês e acredito que talvez seja de utilidade para outros ferreomodelistas que aindanão passaram por todos estes problemas.
Bibliografia A Gretoeste: a história da rede ferroviária GWBR - 25 Abr. 2016 Índice das revistas Centro-Oeste (1984-1995) - 13 Set. 2015 Tudo é passageiro - 16 Jul. 2015 The tramways of Brazil - 22 Mar. 2015 História do transporte urbano no Brasil - 19 Mar. 2015 Regulamento de Circulação de Trens da CPEF (1951) - 14 Jan. 2015 Batalhão Mauá: uma história de grandes feitos - 1º Dez. 2014 Caminhos de ferro do Rio Grande do Sul - 20 Nov. 2014 A Era Diesel na EF Central do Brasil - 13 Mar. 2014 Guia Geral das Estradas de Ferro - 1960 - 13 Fev. 2014 Sistema ferroviário do Brasil - 1982 - 12 Fev. 2014 |
Ferrovias Estrada de Ferro Goiás - 30 Jul. 2018 Locomotiva GE U23C nº 3902 RFFSA - 8 Out. 2017 Trem Vitória - Belo Horizonte - pontos de venda - 2 Out. 2017 Horários do Trem Vitória - Belo Horizonte - 28 Set. 2017 Litorinas Budd RDC no Brasil - 27 Set. 2017 Trem das Águas - ABPF Sul de Minas - 15 Set. 2017 Fases de pintura das locomotivas English Electric EFSJ / RFFSA - 2 Mai. 2017 A Velha Senhora no trem da Luz a Paranapiacaba (1985) - 22 Fev. 2017 Horários do Trem turístico S. João del Rei - 6 Dez. 2016 Trens especiais Curitiba - Pinhais (1991) - 29 Nov. 2016 Trem turístico a vapor Curitiba - Lapa (1986) - 26 Nov. 2016 Os “antigos” trens turísticos a vapor da RFFSA - 21 Nov. 2016 |
Ferrovias Estrada de Ferro Goiás - 30 Jul. 2018 Locomotiva GE U23C nº 3902 RFFSA - 8 Out. 2017 Trem Vitória - Belo Horizonte - pontos de venda - 2 Out. 2017 Horários do Trem Vitória - Belo Horizonte - 28 Set. 2017 Litorinas Budd RDC no Brasil - 27 Set. 2017 Trem das Águas - ABPF Sul de Minas - 15 Set. 2017 Fases de pintura das locomotivas English Electric EFSJ / RFFSA - 2 Mai. 2017 A Velha Senhora no trem da Luz a Paranapiacaba (1985) - 22 Fev. 2017 Horários do Trem turístico S. João del Rei - 6 Dez. 2016 Trens especiais Curitiba - Pinhais (1991) - 29 Nov. 2016 Trem turístico a vapor Curitiba - Lapa (1986) - 26 Nov. 2016 Os “antigos” trens turísticos a vapor da RFFSA - 21 Nov. 2016 |
|
|
Ferrovias | Mapas | Estações | Locomotivas | Diesel | Vapor | Elétricas | Carros | Vagões | Trilhos Urbanos | Turismo | Ferreomodelismo | Maquetes ferroviárias | História do hobby | Iniciantes | Ferreosfera | Livros | Documentação | Links | Atualizações | Byteria | Mboabas | Brasília | Home |