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Nomenclatura das locomotivas V-8 (I)Eduardo Coelho — Centro-Oeste Textos (CT) n° 11 — ago-1989A locomotiva elétrica do tipo 2-C+C-2 utilizada pela Cia. Paulista / Fepasa, e Central do Brasil / RFFSA, não possui oficialmente um nome específico. Até meados da década de 50, ainda era comum vários fabricantes americanos de locomotivas empregarem designações genéricas, tais como "1.500 HP Road Switcher", notadamente a Alco e a General Electric. Esta situação acabou terminando, por pressão das próprias ferrovias americanas, que desejavam um nome mais fácil para cada modelo, semelhante às classificações que elas mesmas faziam na época da tração a vapor. Um exemplo típico é o da própria FA-1, que durante vários anos foi simplesmente oferecida pela Alco como "1.500 HP Freight Locomotive" — locomotiva de 1.500 cavalos de força para serviço de carga — ; ou como "modelo DL-208A". A concorrente General Motors (Electro Motive Division, EMD) foi a grande incentivadora do uso de designações simples e fáceis para os seus modelos, tais como F-, E-, SW-, GP-, SD-, G- (exportação) etc., que acabaram por estimular outros fabricantes a adotarem designações semelhantes — como por exemplo a famosa série U- (de "Universal"), da GE; e as séries RS- e C-, da Alco. Para o ferreomodelista, a correspondência de designações entre protótipos e modelos em escala deve levar em consideração qual o "nome" do protótipo, ou sua designação na ferrovia que ela representa. No caso das Russas ou Little Joe, os modelos em escala fabricados no exterior referem-se normalmente à designação EF-4, que elas tinham na ferrovia Chicago, Milwaukee, St. Paul & Pacific (Milwaukee Road). No caso das V-8 — apelido brasileiro —, os modelos em escala fabricados no exterior são de 2 protótipos da ferrovia New York, New Haven & Hartford (New Haven), designados EP-4 (tipo para passageiros fabricado pela GE em 1938) e EF-3 (tipo para carga fabricado pela GE e Westinghouse em 1942 / 1943. Tecnicamente, os protótipos americanos são bem diferentes, pois eram para uso em corrente alternada de 11.000 Volts (as EP-4 também podiam operar em 600 Volts CC do sistema eletrificado de Nova Iorque), enquanto que as nossas 2-C+C-2 são para 3.000 Volts em corrente contínua (CC). No aspecto visual, a semelhança fica basicamente por conta do mesmo estilo aerodinâmico — o que para muitos já é suficiente —, se bem que existam pelo menos uma dezena de detalhes diferentes, especialmente quanto à forma e disposição das janelas de ventilação laterais. Externamente, a diferença mais visível entre as americanas e as nossas é o uso, pelas primeiras, de conjuntos de truques fundidos numa única peça (como as Russas), enquanto que as nossas utilizam truques de longeirões soldados, formando uma "caixa" para receber 3 motores de tração e o truque-guia. Curiosamente, todas estas diferenças também valem para as locomotivas elétricas 1-C+C-1 da Great Northern Ry., classificadas como Y-1, fabricadas pela GE em 1927 / 1928; e as da saudosa série 420 a 428 da Paulista, do mesmo fabricante. Colocando-me agora como ferreomodelista, tenho certeza de que um modelo nacional das nossas 2-C+C-2 teria grande aceitação no nosso mercado, com pelo menos 5 possibilidades de pinturas diferentes, além de uma boa possibilidade de exportação, tal como a Frateschi inteligentemente vislumbra para as FA-1. Vale a pena lembrar que não existem modelos em plástico injetado destas 2-C+C-2; e que os de latão são caros, e a maior parte já teve a produção descontinuada, tanto para as EF-3 como para as EP-4; além de existirem protótipos semelhantes utilizados no Chile. |
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