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Associação Brasileira de Preservação Ferroviária - ABPF
A expansão dos trilhos da VFCJ

Duas décadas após a demolição do viaduto de acesso à cidade, a VF Campinas-Jaguariuna prepara-se para voltar à estação onde teve início, e que lhe deu o nome.

Na outra ponta, a prefeitura de Campinas também já se movimenta para levar os trilhos até o Taquaral.

Jaguariuna

A inauguração está marcada para 12 Set. 2006, aniversário de Jaguariuna, com a participação da locomotiva nº 215 [com nova cabine, em madeira, feita nas oficinas da ABPF-Cruzeiro; chaparia de revestimento externo da caldeira totalmente nova; e repintada com tinta poliuretano, como a 201 que está em Mariana], juntamente com os carros Leopoldina CL-2, Mogiana CL-1 (Carro do Imperador), NoB CA-28 e Paulista CL-12.

A estensão da VFCJ até Jaguariuna envolve ampliação da via férrea em 1.200 m, entre a estação Jaguary e o "Centro Cultural" da cidade (antiga estação de Jaguariuna, Av. Marginal), incluindo a construção de uma ponte / viaduto de 646 m de comprimento sobre o rio Jaguari. O custo da obra é de R$ 1,5 milhão, integralmente bancado pela prefeitura de Jaguariuna. [*A transição ponte/viaduto ocorre sobre a rotatória rodoviária hoje existente no local. A nova ponte passa acima da ponte antiga, não demolida. O trem correrá 8 m acima do asfalto, deixando um vão livre de mais de 6 metros para o trânsito urbano]

O projeto arquitetônico é do arquiteto Caetano de Lima e o estrutural é assinado pelo engenheiro civil Odilon Monteiro.

Com isso, a ferrovia turística voltará a atingir a antiga Estação Jaguariúna. O acesso ficou bloqueado desde 1985, quando foi dinamitado o antigo viaduto. A antiga esplanada foi convertida em avenida, em cujo canteiro central os trilhos voltam a ser assentados.

Por questão de economia, a ponte está sendo feita com pilares de concreto e vigas pré-moldadas: “A idéia é colocar a questão do tempo, contrastar a evolução tecnológica, esta é a concepção do projeto”, segundo o arquiteto Caetano de Lima. O desnível de 3,5 metros no acesso à ponte será vencido em rampa de 1,86%, o que exigiu desmanchar e refazer os últimos 400 metros da linha existente até o final de 2005.

  

O obra está sendo executada pela própria administração municipal (para reduzir custos), em parceria com a ABPF, que se encarregou de obter os trilhos, fixadores, dormentes e girador de locomotivas (viradouro), além de participar com a mão-de-obra especializada (remunerada pela Prefeitura) para ampliação da linha férrea.

Os trilhos e fixadores, retirados da antiga EF Vale do Bom Jesus, foram cedidos pela Secretaria de Estado do Turismo, Ciência e Tecnologia, e trazidos de Pedregulho por uma equipe da ABPF e da Prefeitura de Jaguariuna. Os dormentes, de concreto, foram doados pela FCA/CVRD. O girador de locomotivas, que também estava na EFVBJ, pertence ao acervo da ABPF, e chegou a Jaguariuna em março.

Campinas

A estensão da VFCJ já despertou o interesse da Prefeitura de Campinas, que assinou protocolo de intenções com a de Jaguariuna. A idéia é estender a outra ponta dos trilhos, da estação de Anhumas até a praça Arauto da Paz, no Parque Portugal — onde hoje funciona um passeio de bonde, junto à lagoa Taquaral. Com este segundo trecho de expansão, a linha da VFCJ passará de 24 para 29 km de extensão.

O projeto em Campinas terá um custo maior, e ainda irá demorar algum tempo. O trecho a ser construído terá cerca de 3 km, para os quais já foi obtida da RFFSA a cessão de trilhos, fixadores e dormentes do antigo VLT de Campinas. Com isto, será reduzido (em proporção não divulgada) o custo da obra, inicialmente orçado em R$ 5 milhões. A prefeitura de Campinas já havia reservado R$ 500 mil em seu orçamento, e obteve do Ministério do Turismo a liberação de R$ 2,5 milhões, porém ainda há questões a resolver. O leito da ferrovia está desimpedido até a avenida Nossa Senhora de Fátima, na região do Taquaral. O trecho também exigirá a construção de uma ponte sobre o rio Anhumas.

  

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