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“Conjunto de 11 locomotivas diesel, do total de 38 recebidas pela Estrada de Ferro Noroeste do Brasil em 1958”
A locomotiva nº 1130 (G12 EMD #24586), recebida em 1958 para a Noroeste, foi depois transferida para a VFRGS e renumerada como 4237
RFFSA - Rede Ferroviária Federal
Distribuição da tração: 1956-1959
Flavio R. Cavalcanti
Evolução da participação das locomotivas a vapor, a diesel e elétricas
no trabalho de tração da RFFSA, de 1956 a 1959
As informações do Relatório da RFFSA referente a 1958 situam em algum momento daquele ano o ponto de inflexão, em que o trabalho de tração realizado pelas locomotivas movidas a diesel computado em bilhões de toneladas brutas X quilômetros superou o trabalho de tração realizado pelas locomotivas a vapor.
Já o trabalho de tração realizado pelas locomotivas elétricas, embora apresente crescimento no período de 1956 a 1959, permanecia estagnado em termos de participação percentual, no conjunto das ferrovias integrantes da RFFSA.
Tração
Distribuição do trabalho
em Bilhões Ton x km (Bruto)
1956
1957
1958*
1959**
Locomotivas a Vapor
9,7
8,8
6,1
4,8
Locomotivas a Diesel
5,6
6,2
10,1
12,9
Locomotivas Elétricas
4,6
4,8
4,8
5,3
TOTAL
19,9
19,8
21,0
23,0
Distribuição do trabalho
em percentagens
1956
1957
1958*
1959**
Locomotivas a Vapor
49%
44%
29%
21%
Locomotivas a Diesel
28%
31%
48%
56%
Locomotivas Elétricas
23%
24%
23%
23%
* 1958, estimativa; ** 1959, previsão.
Dados do Relatório RFFSA de 1958 (TKB) digitalizados e recalculados em planilha para verificação (Totais, Percentuais) e geração do gráfico
“Durante o ano de 1958 a RFFSA recebeu 151 locomotivas diesel-elétricas, das quais 27 haviam sido encomendadas antes de sua criação, sendo que as restantes 124 foram parte da encomenda de 195 feita com o financiamento concedido pelo Export and Import Bank (Eximbank). Desse modo, a tração diesel atingiu 48%, enquanto a tração a vapor baixava para 29% e a elétrica se mantinha em 23%.
“É de prever para 1959, com a entrada em serviço do restante das locomotivas diesel-elétricas adquiridas pela Rede, que a tração diesel atinja mais de 56% do total, baixando para 18% a parcela representativa da tração a vapor”.
As ferrovias abrangidas pelo Relatório de 1958 eram: EFCB, EFL, EFSJ, RVPSC, RFN, RMV, EFNoB, VFFLB, EFG, RVC, EFDTC, EFMM, EFB, EFSLT, EF Central do Piauí e EFBM. Os dados de 1956 e 1957, evidentemente, pertencem a um momento anterior à criação da RFFSA; ao passo que os dados de 1958 eram apenas estimativos; e os de 1959, previsão considerando a utilização das locomotivas já recebidas e/ou a caminho, dentro dos cronogramas dos fabricantes e do transporte marítimo da época.
“Em 31 de Dezembro de 1958, o parque de tração das unidades de operação, que em 1957 possuía 324 locomotivas diesel-elétricas, já contava com o total de 475 unidades, número este elevado, em 31 de Janeiro de 1959, para 506”.
Item
1958
1957
1956
1958 /
1956
1958 /
1957
CB
L
SJ
PSC
RFN
RMV
NoB
LB
G
RVC
DTC
MM
B
SLT
CPi
BM
Total
Extensão (km)
3.729
3.057
139
2.666
2.655
3.989
1.764
2.571
478
1.596
264
366
293
494
194
582
24.837
24.811
24.640
0,8%
0,1%
Eletrificadas
(km)
235
87
44
333
194
893
893
893
Locomotivas
655
383
93
272
204
286
222
214
51
84
29
16
28
39
8
41
2.625
2.421
2.479
5,9%
8,4%
A vapor
457
338
20
211
175
233
183
173
41
64
29
16
26
35
8
40
2.049
2.000
2.103
-2,6%
2,5%
Diesel
175
45
57
54
29
27
39
31
10
20
2
4
1
494
341
296
66,9%
44,9%
Elétricas
23
13
7
26
10
79
80
80
-1,3%
-1,3%
Carros
803
438
204
232
314
333
184
236
36
111
39
12
41
27
8
44
3.062
3.028
3.035
0,9%
1,1%
Vagões
9.290
3.262
4.502
4493
2.493
2.870
2.787
1.139
614
504
849
80
137
101
77
322
33.520
32.947
33.738
-0,6%
1,7%
1958 – Dados provisórios, sujeitos a retificação; EFSLT (1958) dados de 1957
“A dieselização do parque de tração impunha-se como medida de ordem técnica e econômica, de vez que a substituição das obsoletas locomotivas a vapor, cujas despesas de operação e conservação são várias vezes mais elevadas que as das diesel-elétricas, permitirá economia superior a 1 bilhão de cruzeiros anuais nas despesas de operação” [Relatório RFFSA 1958. Sobre isso, ver também revista Refesa nos 10 anos da RFFSA].
“Para cada locomotiva diesel recebida, foram encostadas três a vapor. Considerando-se que em 1959 a despesa com combustível empregado na tração a vapor alcançava 389 cruzeiros por mil toneladas-quilômetro brutas realizadas, enquanto na tração diesel atingia apenas 90 cruzeiros, é fácil avaliar a economia conseguida”.
Item
RFFSA
Demais EFs
Total
RFFSA / total
1956
1957
1956
1957
1956
1957
1956
1957
Extensão (km)
24.640
24.811
12.356
12.612
36.996
37.423
66,6%
66,3%
Eletrificadas (km)
893
893
1.057
1.057
1.950
1.950
45,8%
45,8%
Locomotivas
2.465
2.407
1.522
1.537
3.987
3.944
61,8%
61,0%
A vapor
2.103
2.000
1.189
1.184
3.292
3.184
63,9%
62,8%
Diesel
282
327
203
223
485
550
58,1%
59,5%
Elétricas
80
80
130
130
210
210
38,1%
38,1%
Carros
3.035
3.028
1.867
2.158
4.902
5.186
61,9%
58,4%
Vagões
33.738
32.947
29.917
29.500
63.655
62.447
53,0%
52,8%
A dieselização do parque de locomotivas do Brasil RFFSA 1956-1959