Estrada de Ferro Leopoldina
A serra das locomotivas Garrat (I)
Délio Araújo - CO Textos nº 3 (1º-Ago-1988)
Fotos fornecidas em 2001 por Mário Roberto Lima
O CO Textos n° 1 fala do pouco realismo de, numa curva
apertada, ver-se o trilho ao lado do vagão, ou carro comprido.
É irreal, mas ao menos na antiga Leopoldina isso acontecia, pelo que vi com meus próprios olhos, em dois trechos.
O primeiro eram os 13 km entre Boca do mato e Teodoro de Oliveira, na serra de Friburgo, com 9% de rampa e algumas curvas com 30 m de raio.
Os carros de passageiros e os vagões leiteiros deixavam os trilhos à mostra.
As locomotivas eram 0-6-0 ultra-curtas, e os trens eram divididos em seções de 2 a 3 veículos para cada locomotiva.
A linha era dos sistema Fell, com trilho central para o freio da serra.
O outro trecho estava situado para lá de Cordeiro, na mesma linha de Friburgo, também com uns 30 m de raio. Nesse trecho, foram
empregadas locomotivas 0-4-2T, Shays, e na década de 1940 chegaram 4 magníficas Garrat nº 400 a 403, de rodado 2-4-2+2-4-2.
Tinham válvulas Poppet-Lenz, o que lhes dava excelente desempenho, e fornalha ultra-grande, para carvão nacional e às
vezes lenha. Lá por 1945 essas Garrat passaram a chegar até Friburgo, tracionando o "expresso" que vinha de Portela
para o Rio de Niterói.
Entre Teodoro de Oliveira e Friburgo, só Mogul. Exceto o citado "expresso", somente 2-6-0 até Cordeiro e vice-versa,
bem como nos ramais de Macuco e de Sumidouro.
|