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Locomotivas a vapor
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O amigo João P. Camargo diz que o trem da Fepasa levou 2h45min para ir de Jundiaí a São Paulo, puxado por uma locomotiva U-20C (DC-20/6). E o Joel G. Pires refere que as locomotivas Beyer-Garrat da antiga São Paulo Railway faziam o mesmo percurso em 55 minutos.
Gostaria de referir-me às imponentes locomotivas 4-6-2+2-6-4, por terem sido notáveis até fora do Brasil. Graças ao desempenho delas é que o tipo Garrat passou a ser aceito para altas velocidades.
A Argélia (Algéria), devido ao seu desempenho, introduziu as mais famosas 4-6-2+2-6-4 em serviços rápidos, sendo as locomotivas testadas na França, entre Paris e Calais, a 130 km/h, com trens expressos. Superaram o desempenho das celebérrimas 4-6-2 do famoso Chapellon. E a Espanha também, seguindo o exemplo da SPRy, teve majestosas locomotivas 4-6-2+2-6-4 na bitola de 1,678 m.
As locomotivas Beyer-Garrat da SPR chegaram em 1927, se não me engano, e eram de rodado 2-6-2+2-6-2. Lá por 1930 ou 1931, foram convertidas em 4-6-2+2-6-4, para melhor estabilidade do jogo de guia e maior capacidade de água.
Permaneceram em tráfego até a eletrificação do trecho São Paulo — Jundiaí, embora por volta de 1947 as locomotivas diesel-elétricas já operassem nesse percurso. Uma Beyer-Garrat, em várias viagens que fiz, tracionava trens rápidos que exigiam tração dupla das diesel-elétricas.
Nunca fiz tal percurso em 55 minutos, mas sempre em 63. No entanto, maquinistas me disseram que, com 9 ou 10 carros, essas vaporosas poderiam cobrir o trecho em menos de 55 minutos — até mesmo em 52 ou 50 minutos!
Havia certas curvas fechadas, sinalização inadequada para altas velocidades, e outros fatores intervenientes. Com a eletrificação, foram corrigidas algumas curvas e rampas; a sinalização foi totalmente substituída; e, posteriormente, até cab signal.
O companheiro Warren Delano escreveu no DC-21/10 que a maior reclamação contra o engate de manilha (DC-20/8) era que muitos ferroviários perderam dedos, e até a vida, nas manobras de acoplamento. Sua fonte de informação é uma publicação norte-americana, talvez a antiga Railroad Magazine.
Realmente, nos EUA tais acidentes foram mais freqüentes do que no Brasil. Qual a razão? No Brasil, era costume — pelo menos, assim vi na antiga Leopoldina, na bitolinha da RMV, na Mogiana — quase parar para efetuar-se o acoplamento.
A velocidade era baixíssima, no momento de engatar. O manobreiro sinalizava para o maquinista, avisando sobre a velocidade desejada. Além disso, o manobreiro — se era prudente — ajeitava o link do vagão bem antes dos engates se aproximarem. E, de preferência, ajeitava o do vagão parado.
Tive, na ocasião, conversas com vários manobreiros dos tempos da Bitolinha; e, na Leopoldina, na linha de Cantagalo, na década de 40. Por quanto me lembro, os acidentes eram raros. E mais raros, ainda, eram os casos de morte relacionados com o fato do manobreiro ter que entrar entre os veículos, para colocar o pino, quando este não caía com o baque do acoplamento. O manobreiro podia ser empurrado pelo veículo em movimento.
As cartas do amigo Carlos Missaglia vêm com a reprodução de uma Cab Forward (Cabine Frontal) 4-8-8-2 da Southern Pacific. Eram locomotivas imponentes, com rodas motrizes de uns 1,6 m de diâmetro, se não estou errado.
Lá por meados dos anos 60, vi uma delas estacionada nas oficinas de Sacramento, California (será? Minha memória...). Eram utilizadas em serviços de carga e mesmo de passageiros, este último especialmente no trecho de Sacramento para cima, pela imponente e íngreme Sierra Nevada, até Reno e outros locais. Também eram vistas em outros trechos, embora predominassem nestes.
A Sierra — como o trecho era conhecido pelos ferroviários da SP — é cheio de túneis e de snow sheds. O snow shed era um túnel de concreto ou mesmo madeira, a céu aberto, para aparar avalanches, muito comuns na região, e nevascas, também freqüentes no inverno.
Havia um local, cujo nome me foge no momento, onde havia despachador, alojamentos, desvios, estacionamento de locomotivas auxiliares etc. Uma cidadezinha — minúscula, sem casas mas movimentada, só de ferroviários da SP em horas de serviço —, toda debaixo de um imenso snow shed.
As Cab Forward foram exclusivas da SP. Com a cabine na frente — permitida pela combustão de óleo e pela posição do tênder na outra extremidade da caldeira —, a visão era excelente e facilitava o tráfego, pois a equipagem da máquina ficava a salvo do escape ardente da chaminé.
Contaram-me — será lenda? — que, no século passado, os trens de passageiros paravam em um local ermo, isolado, cavado na rocha, com imenso abismo verticalmente abaixo da linha, com belíssima paisagem. Era denominado Cape Horn.
E mais: certa feita, o imperador D. Pedro II se afastou do trem e este partiu, deixando-o para trás. Esta saga era voz corrente entre os ferroviários da SP. Acredito que seja real, pois pessoas da alta direção da ferrovia afirmaram que sim.
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