Ferrovias do carvão no Rio Grande do Sul
Museu do Carvão
Museu do Carvão
Prefeitura de Arroio dos Ratos, RS
Conteúdo da página virtual publicado em 12/12/2003
Localizado em Arroio dos Ratos (RS), município situado a 54 Km de Porto Alegre, e criado em 31 de março de 1986, o Museu Estadual do Carvão preserva a história da exploração de carvão em nosso estado.
Numa área verde de 17 hectares que eram preenchidos com os prédios dos escritórios, dos almoxarifados, das galerias e caldeiras, da casa de fundição, dos resfriadores e das oficinas, funcionou a Primeira Usina Termelétrica do país (1924-1956).
O prédio da antiga usina é um marco da cidade que respirou e sobreviveu do carvão durante mais de um século. Os primeiros vestígios, aliás, surgiram ainda no final do século XVIII. Mas o ponto de partida da mineração do “ouro negro” é considerado o ano de 1826. A exploração do carvão, no entanto, só começou de fato em 1853, com a chegada do inglês James Johnson, contratado pelo então presidente da província, o Sr. Visconde de Sinimbu. Em um século, Arroio dos Ratos viveu seu apogeu e total decadência.
A transferência da mineração para charqueadas, cidade vizinha, e a venda dos equipamentos da usina, não só revoltaram os mineiros como também foram responsáveis por vários problemas sociais e econômicos, como o desemprego, que afetou os mais de dez mil funcionários envolvidos com a empresa responsável.
O que restou da usina é uma mostra do que foi o complexo construído pela Cia de Estrada de Ferro e Minas de São Jerônimo – mais tarde denominada Consórcio Administrador de Empresas de Mineração (Cadem), resultado da fusão com outra Cia.
O Museu do Carvão guarda um importante acervo histórico composto por ferramentas e utensílios de extração mineral, peças para a eletricidade em porcelana e tijolos refratários vindos da Europa. Além disso, muitos documentos contam a trajetória do Sindicato dos Mineiros fundado em 1933. Fotos, livros e mapas de localização dos poços registram a história das minas do carvão. Mais impressionante que os objetos vistos de forma isolada, são as galerias onde, dia após dia, os mineiros trabalhavam em túneis em que o sol nunca entrou e onde o ar vai se tornando rarefeito a medida em que neles se avança.
No pátio, entre outros atrativos, está uma Maria Fumaça, primeira locomotiva a transportar carvão na época, o prédio da antiga usina, um auditório para 250 pessoas e um pavilhão de 1.404 metros quadrados, com capacidade para abrigar quatro mil pessoas.
O acervo do museu conta também com fotos e carta da Princesa Isabel quando esteve em Arroio dos Ratos, em 1885, participando da inauguração de mais um poço de extração, o qual levou seu nome, esculturas, gravuras, pinturas, desenhos e xilogravuras de artistas gaúchos que retrataram as ruínas antes de sua restauração, em 1994.
O Museu Estadual do Carvão além de ser um espaço cultural e um depositário da história da mineração gaúcha acolhe e promove manifestações culturais. É local de expressão de grupos de teatro e está se preparando para, em breve, oferecer oficinas em diferentes áreas culturais, abertas ao público.
A direção atual já está reorganizando o processo de visitação a escolas através de um novo projeto e convidando alunos e educadores para conhecer o Museu e a história que o compõe.
O Museu está localizado na Rua profa. Silvana Narvaez, n° 61, próximo à rodoviária de Arroio dos Ratos, e está aberto a visitações de segunda à sexta-feira, das 8h às 18h e sábados e domingos, das 13 h às 17h. Excursões e visitas coletivas devem ser previamente agendadas pelo fone 0xx51-656 1211.
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