Desenvolvido pela General Motors do Canadá (GMD) no final da década de 1950, o protótipo de locomotiva diesel-hidráulica modelo GMDH-1 (nº GMDD-600) percorreu o hemisfério americano de norte a sul, antes de se fixar no Rio Grande do Sul, onde viveu até 1973, pelo menos. Na prosa retumbante do press-release da General Motors, o protótipo teria passado por extensivas provas de funcionamento e operação nas mais adversas e variadas condições de serviço, com excelentes resultados, no Canadá e na Colômbia, antes de chegar ao Brasil para demonstração nas ferrovias que se dispusessem a testá-lo. Em Fev. 1960, a Revista Ferroviária registrava o início de um contrato de demonstração de 3 meses, entre a GM e a Estrada de Ferro Sorocabana, que receberia instrutores e peças de reposição, cabendo-lhe arcar apenas com o combustível e com a mão de obra de operação e manutenção. A apresentação transcrita pela Revista Ferroviária dava conta de que o modelo GMDH-1, tipo B-B, de 700 HP, com 56 ton. de peso total, era equipado com dois motores diesel GM-110, superalimentados, cada um dos quais acoplado a um truque por uma transmissão hidráulica Torqmatic, do tipo conversor de conjugado, GM-Allison CRT-5634. Sua velocidade máxima era de 64 km/h. Sob encomenda, o modelo GMDH-1 poderia ser equipado com dois motores diesel GM-71 de 8 cilindros ou com dois motores GM-71 de 12 cilindros, ficando então com a potência de 550 HP ou de 800 HP. Com apenas 14 ton. de carga por eixo, a locomotiva se prestaria à tração de trens também em linhas subsidiárias ou em ramais cuja via permanente ainda não estivesse em condições de suportar maior peso. Como novidade, o único posto de comando, ou controller, da locomotiva era fixado a um braço móvel que podia ser voltado para um lado ou para o outro, permitindo ao maquinista sentar-se de qualquer lado da cabina de comando para dirigir a locomotiva em qualquer sentido, já que a cabine tipo domo proporcionava ampla visibilidade em todas as direções [“Nova locomotiva diesel em domonstração na EF Sorocabana”. RF, Fev. 1960]. Anunciava-se ali que já havia negociações com a RFFSA para testá-la, mas tarde, em suas diversas ferrovias. Em sintonia com o desenvolvimentismo do governo JK que terminava, a GM também acenava com a possibilidade de fabricar a locomotiva no Brasil. Tenha a EFS gostado muito da experiência, ou demorado muito as negociações com a RFFSA ou por outro motivo qualquer o contrato de 3 meses prolongou-se por 7 meses, e só em 2 Set. 1960 o protótipo foi entregue à RVPSC em uma solenidade relizada na estação Júlio Prestes. Até então, a locomotiva tinha sido empregada na linha de Mairinque a Santos; nos ramais de Campinas e de Juquiá; na linha tronco, desde Assis até Presidente Epitácio; e ainda em manobras nos pátios de Barra Funda, Mairinque, Samaritá e Assis [“Nova locomotiva diesel-hidráulica agora em demonstração na RV Paraná – Santa Catarina”. RF, Set. 1960]. De acordo com Eduardo Coelho, mais tarde o protótipo foi testado nas linhas da VFRGS, onde acabou ficando em definitivo, embora nenhum outro exemplar tenha sido encomendado [“A diesel hidráulica GM no Brasil”. Eduardo Coelho, RF, ????]. Ao que se depreende dos sites canadenses, os registros de fábrica situam a venda à RFFSA em Maio de 1962. A planta da Viação Férrea, datada de 1969, confirma que pelo menos até essa data a locomotiva ainda operava no Rio Grande do Sul, com o nº 6031. Elimar Campos, que trabalhava nas Oficinas de Pestana havia quase um ano, afirma que no início de 1973 a locomotiva, então apelidada “Robô”, deixou de funcionar e foi encostada em definitivo, vindo a ser sucateada em data posterior. «» ª |
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GM DH-1 no Brasil
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