Estrada de Ferro Central do Brasil
As “Litorinas” Fiat
Informações e fotos (Fiat) de "Littorina", Nico Molino,
in "Mondo Ferroviario", Jan. 1991
Recorte enviado por Jairo A. O. Mello
Adquiridas pela Estrada de Ferro Central do Brasil em 1937, às vésperas da II Guerra Mundial, esses 5 trens-unidade diesel-mecânicos
apresentaram problemas nos primeiros meses (quando ainda havia assistência técnica, interrompida a seguir), mas acabaram substituindo
com êxito os trens tradicionais nos eixos Rio de Janeiro - São Paulo e Rio de Janeiro - Belo Horizonte (com modificações e manutenção da própria
Central), quando teve início a escassez de combustíveis — queimando 10 vezes menos que aqueles, por passageiro transportado,
e alcançando uma taxa de ocupação de 80% das poltronas. A partir de 1943, foram adaptadas ao uso de gasogênio,
gás liberado da queima de carvão vegetal. [Ver, a propósito, A
Era Diesel na Estrada de Ferro Central do Brasil, Eduardo Coelho e João Bosco Setti, Memória do Trem (SPMT), Rio
de Janeiro, 1993].
Cada trem-unidade era formado por 2 vagões de 15 metros (total 30 m) articulados sobre um truque central, compondo a rodagem (1A)2'(A1).
Estrado e caixas eram metálicos, totalizando 42,5 toneladas em ordem de marcha.
Cada vagão era dotado de 1 motor Buda de 6 cilindros e 145 HP, acoplado mecanicamente ao eixo mais interno do truque extremo.
A velocidade máxima seria de 85 km/h, mas na prática as linhas não permitiram tanto.
O primeiro vagão (à direita, no desenho abaixo) incluía compartimento de passageiros com 4 filas de assentos (32 lugares); compartimento
para bagagens; duplo-compartimento despensa; e 2 banheiros.
O segundo vagão incluía um bar formado por balcão poligonal; e 31 assentos. Ao todo, 63 poltronas de 1ª
classe.
Cada trem-unidade tinha 2 portas em cada extremidade, com comando pneumático, dando para o posto do maquinista e para
a área de passageiros. Diante do bar (portanto, de um único lado), uma quinta porta, de abertura manual.
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Littorina
O nome "Littorina", segundo o autor do artigo italiano publicado em "Mondo Ferroviario", teria se originado da presença
de um novo veículo na inauguração da cidade de Littoria (mais tarde rebatizada Latina), popularizou-se rapidamente e
passou a designar inclusive automotrizes elétricas. Segundo informa, esse nome jamais foi utilizado pela Fiat ou pelas Ferrovias do
Estado (FS).
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