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Locomotivas diesel-elétricas
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Sem dúvida alguma, as locomotivas Baldwin predominaram no Brasil durante a era do vapor, e tudo indicava que este predomínio iria persistir nas locomotivas diesel. Contudo, isso efetivamente não ocorreu, pois elas foram suplantadas pelas Alco, GM e GE, e isso se deve basicamente à padronização dos equipamentos e métodos de produção.
No Brasil tivemos 82 locomotivas diesel-elétricas de fabricação Baldwin:
Diferenças básicas externas | ||
---|---|---|
Tipo | AS616E | AS616 |
Bitola | 1,0 m | 1,6 m |
Freio dinâmico | Nariz longo | Nariz curto |
Truque |
Equalizado invertido (Trimount Type & Floating Bolster) |
Equalizado normal (Trimount Type & Normal) |
Cabine | Perfil rebaixado | Perfil normal |
Chassi | Com alívio de peso | Normal |
Diâmetro das rodas |
36'' | 40'' |
Tanque de combustível | 4.914 litros | 7200 litros |
Neste artigo vamos tratar da AS-616, que foi uma locomotiva muito peculiar, sendo considerada uma das melhores de sua classe.
Características Técnicas | ||
---|---|---|
Tipo | AS-616E | AS-616 |
Bitola | 1,0 m | 1,6 m |
Classe | C-C | C-C |
Peso total | 100 ton | 148 ton |
Motor diesel | B-L-H 608A Turboalimentado | |
Potência | 1.600HP | 1.600HP |
Motor de tração | 563A | 370 DEZ |
Gerador | 471 BZ | 471 BZ |
Relação de engrenagens | 79:16:00 | 63:15:00 |
Capacidade máxima de tração | 17.014 kg a 20 km/h | 32.950 kg a 11,2 km/h |
As AS-616 são do tipo "heavy road switchers" — ou seja, foi projetada para serviços de linha e de manobras.
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O equipamento elétrico era de fornecimento da Westinghouse, tanto o gerador de tração como os motores de tração.
Todas vieram equipadas com MU (tração múltipla) para acoplamento de até 3 unidades.
Ela detém o privilégio de ser a primeira máquina com truque "C", para serviços de linha, juntamente com a Alco-GE de 1.600 HP (tipo híbrida, parte mecanica Alco e parte elétrica GE), tanto em bitola métrica como larga.
Possuímos 2 versões da AS-616, uma para bitola de 1,6 m e outra para 1,0 metro. Em termos de potência são idênticas, mas externamente possuem diferenças significativas (Foto 4 e Foto 2).
Numeração das AS-616 e AS-616E no Brasil | |||||||||
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Ferrovia original | N° da Ferrovia | N° de Fábrica | Data de Fabricação |
N° RFFSA |
N° EFS |
N° Fepasa |
N° DVE |
N° CBTU | Notas |
EFCB | 3371 | 75725 | jun-1952 | 3371 | 1 | ||||
EFCB | 3372 | 75726 | jun-1952 | 3372 | 3372 | 1, 5 | |||
EFCB | 3373 | 75727 | jul-1952 | 3373 | 3373 | 1, 5, 7 | |||
EFCB | 3374 | 75728 | ago-1952 | 3374 | 3374 | 1, 5 | |||
EFCB | 3375 | 75729 | out-1952 | 3375 | 3375 | 1, 5, 9 | |||
EFCB | 3376 | 75730 | out-1952 | 3376 | 1 | ||||
EFCB | 3377 | 75731 | out-1952 | 3377 | 1 | ||||
EFCB | 3378 | 75732 | out-1952 | 3378 | 3378 | 1, 5 | |||
EFCB | 3379 | 75733 | nov-1952 | 3379 | 3379 | 1, 5 | |||
EFCB | 3380 | 75734 | nov-1952 | 3380 | 3380 | 999 | 1, 5, 6, 9 | ||
EFCB | 3381 | 75735 | dez-1952 | 3381 | 1 | ||||
EFCB | 3382 | 75736 | dez-1952 | 3382 | 1 | ||||
EFCB | 4371 | 75737 | jan-1953 | 3401 | 3401 | 2, 3 | |||
EFCB | 4372 | 75738 | jan-1953 | 3402 | 3402 | 2, 3 | |||
EFCB | 4373 | 75739 | jan-1953 | 3403 | 3403 | 2, 3 | |||
EFCB | 4374 | 75740 | jan-1953 | 3404 | 3404 | 2, 3 | |||
EFCB | 4375 | 75741 | fev-1953 | 3405 | 3405 | 2, 3 | |||
EFCB | 4376 | 75742 | fev-1953 | 3406 | 3406 | 2, 3 | |||
EFCB | 4377 | 75743 | fev-1953 | 3407 | 3407 | 2, 3 | |||
EFCB | 4378 | 75744 | fev-1953 | 3408 | 3408 | 2, 3 | |||
EFCB | 4379 | 75745 | fev-1953 | 3409 | 3409 | 2, 3 | |||
EFCB | 4380 | 75746 | mar-1953 | 3410 | 3410 | 2, 3 | |||
EFCB | 4381 | 75747 | mar-1953 | 4381 | 2 | ||||
EFCB | 4382 | 75748 | mar-1953 | 4382 | 2 | ||||
EFCB | 4383 | 75749 | mar-1953 | 4383 | 2 | ||||
EFCB | 4384 | 75750 | mar-1953 | 4384 | 2 | ||||
EFCB | 4385 | 75751 | abr-1953 | 4385 | 2 | ||||
EFCB | 4386 | 75752 | abr-1953 | 4386 | 2 | ||||
EFCB | 4387 | 75753 | abr-1953 | 4387 | 2 | ||||
EFCB | 4388 | 75754 | abr-1953 | 4388 | 2 | ||||
EFCB | 4389 | 75755 | abr-1953 | 4389 | 2 | ||||
EFCB | 4390 | 75756 | mai-1953 | 4390 | 2, 8 | ||||
RVPSC | 40 (60) | 75769 | jan-1954 | 3415 | 3415 | 2, 4 | |||
RVPSC | 41 (61) | 75770 | fev-1954 | 3411 | 3411 | 2, 4 | |||
RVPSC | 42 (62) | 75771 | jan-1954 | 3412 | 3412 | 2, 4 | |||
RVPSC | 43 (63) | 75772 | jan-1954 | 3413 | 3413 | 2, 4 | |||
RVPSC | 44 (64) | 75773 | jan-1954 | 3414 | 3414 | 2, 4 | |||
Notas
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EFCB (1,6 m) — As AS-616 começaram a ser exportadas em 1951 e neste mesmo ano a Central do brasil encomendou 32 unidades, sendo 12 para bitola de 1,6 metro e 20 para a de 1,0 metro.
A única modificação básica do modelo doméstico americano (bitola de 1,435 m) para o nosso foi o alargamento do truque para a bitola larga. Foram equipadas com freio dinâmico no nariz curto.
Elas entraram em serviço inicialmente na região de Barra do Piraí (RJ), para operar com trens de minério.
Posteriormente, foram transferidas para serviços de manobra nos pátios e linhas de subúrbio e, finalmente, foram transferidas (já no fim de sua vida) para a ex-Divisão Expecial de Subúrbios do Grande Rio, atualmente CBTU (Foto 3).
EFCB (1,0 m) — O "E" das AS-616E significa "export", isso porque foram modificadas para bitolas estreitas existentes fora dos EUA. Estas 20 unidades foram a maior encomenda de AS-616E que a Baldwin recebeu.
Inicialmente foram designadas para operar em Belo Horizonte (MG), no trecho de bitola métrica da Central do Brasil, para puxar trens cargueiros, e posteriormente para serviços de manobras nos pátios. Também operaram na região de Montes Claros, norte de Minas.
RVPSC (1,0 m) — A Paraná – Santa Catarina encomendou suas AS-616E em 1953, baseada nas informações da EFCB e também porque necessitava de uma máquina com bom desempenho, e foram operar na região de Ourinhos – Curitiba (PR).
Estas máquinas eram idênticas às da Central, apenas com a inclusão do freio a vácuo para a composição.
Entretanto, estas locomotivas não se adaptaram às condições da via permanente da RVPSC (segundo informações colhidas, ela "abria a linha", devido ao peso) e tiveram vida curta, sendo trocadas por locomotivas GE tipo Cooper-Bessemer C+C da EF Sorocabana.
EFS (1,0 m) — A Sorocabana possuiu 15 AS-616E, sendo 10 compradas da Central do Brasil em 1954 e 5 da RVPSC que foram trocadas por 10 locomotivas GE C+C de 660 HP. Esta troca foi efetuada em 1955 (4 máquinas) e 1956 (6 máquinas).
Na Sorocabana, operaram inicialmente na linha tronco entre Assis (final da eletrificação) e Presidente Prudente, tracionando carga e passageiros.
Posteriormente, foram transferidas para a Baixada Santista, operando inclusive na linha Mairinque – Santos (SP), onde gozavam de ótima reputação. Segundo os maquinistas, as Baldwin "não choravam na rampa".
Elas ficaram conhecidas como "papo-amarelo", pois chegaram na EFS ainda nas cores originais da Central, que eram o azul colonial para o corpo e amarelo cromo para a frente e traseira. Posteriormente, foram pintadas nas cores da Sorocabana, verde colonial, branco para as faixas e cinza para faixa.
A última AS-616 da Fepasa a ser baixada foi a 3408, e que só parou por falta de peças de reposição (Foto 5).
Atualmente — Existem somente duas AS-616, ambas da ex-Central do Brasil, sendo uma de bitola 1,6 m, que está sendo recuperada para ser preservada no Engenho de Dentro (Preserfe, Rio de Janeiro, RJ).
A outra é de bitola 1,0 m e continua "na ativa", em operação na fábrica de Cimento Montes Claros, no município de Montes Claros, MG.
Para modelar esta máquina em escala HO, existe um fabricante americano que é a Stewart Hobbies, que produz a AS-16 e está anunciando o lançamento da AS-616.
Para modelar a AS-616E (bitola métrica), consulte o CO-16, enquanto que para modelar em bitola 1,6 m deve acrescentar o freio dinâmico no nariz curto.
A maior dificuldade reside nos truques. Como alternativa podemos utilizar o truque da Atlas RSD 4/5 e inverter o mesmo para a versão da AS-616E. Para a versão de 1,6 m não é necessário fazer esta inversão do truque.
Note que o truque da Atlas não é o correto, em termos de lateral (a distância entre centros está correta), porém sua modificação não é difícil.
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