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EFMM - Estrada de Ferro Madeira Mamoré
Os trilhos e as trilhas
da Madeira-Mamoré
Catálogo da exposição
Ferrovia Madeira-Mamoré: Trilhos e Sonhos – Fotografias
BNDES e
Museu Paulista da USP
cortesia: Carlos E. Campanhã
José Sebastião Witter
Diretor do Museu Paulista da USP
Perdidos no tempo e no espaço, a ferrovia, os funcionários, os
diretores, os operários e os habitantes da região ressurgem, agora,
no final do século e do milênio, através de uma documentação preciosa,
que o tempo não destruiu. Em outra época, nos fins do século, o
XIX, os projetos de implantação das ferrovias, no Brasil, ganharam
força e impulso. De norte a sul do país os trilhos se superpunham
às trilhas abertas pelos homens obstinados que acreditavam na modernização,
através do "trem de ferro", "que acorda o tigre no cerro e espanta
o caboclo nu", como dizia o poeta. Dentre tantas iniciativas, a
Madeira-Mamoré foi mais uma e se pretendia, através dela, desbravar
o mundo, perdido nas matas virgens de então. Ninguém podia pensar
que os objetivos propostos não seriam alcançados e, mais ainda,
que o fracasso os atingisse de forma tão rápida e contundente. Foi
um capítulo da História das Ferrovias que se encerrou e ficaria
totalmente apagado da Memória se os esforços de muitos não se somassem
e acabassem por criar condições para uma exposição deste porte e
desta importância e, por isso mesmo, gerasse esse catálogo.
É preciso ressaltar a figura de Manoel Rodrigues Ferreira, que
durante muito tempo manteve sob sua guarda a preciosa documentação.
Sabemos todos o quanto custa organizar e preservar a nossa história.
Ele o fez com maestria pois, além de historiador e jornalista, deu
asas ao seu espírito de arquivista obstinado e determinado.
O desejo de manter a documentação sob sua guarda e orientação proporcionou
que outros pesquisadores encontrassem o tesouro e formulassem um
projeto inteligente, que obteve aprovação do Ministério da Cultura
(MinC). Foram eles Sílvia Maria do Espírito Santo e Pedro Ribeiro.
Em seguida apoio imprescindível do BNDES, que permitiu ao Museu
Paulista da Universidade São Paulo (o Museu do Ipiranga) se tornar
o detentor do Acervo e, ao nele trabalhar, prepará-lo não só para
uma ou algumas exposições mas, acima de tudo, torná-lo acessível
ao público pesquisador.
Este catálogo é, de certa forma, a síntese do esforço de todos
aqueles que se preocuparam com a preservação da História da Ferrovia,
mas também a divulgação de parte dos sonhos dispersos nas brumas
do tempo.
São Paulo, inverno de 1999
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