Estrada de Ferro Madeira - Mamoré
A Ferrovia do Diabo
História de uma estrada de ferro na Amazônia
Flavio R. Cavalcanti
A ferrovia do diabo
Manoel Rodrigues Ferreira, 1960
Ed. Melhoramentos, 1960; 1981; 2005
Livro que “redescobriu” (em 1960) e salvou da destruição total (em 1971) a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré e sua documentação.
A “redescoberta” da ferrovia, esquecida do resto do País, começou em 1956, quando Manoel Rodrigues Ferreira recebeu uma série de fotos tiradas no início do século (1907-1912) pelo norte-americano Dana Merril — fotógrafo oficial do trust Farquhar durante a construção.
Das mais de 2 mil chapas fotográficas em vidro (tecnologia da época), e localizadas num barraco no interior de São Paulo, puderam ser salvas apenas as 200, que o autor guardou. As outras foram jogadas fora pelo detentor do acervo, antes do tombamento, que só veio a ocorrer na década de 1980.
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
Capa da 2ª edição (1981) do livro
A ferrovia do diabo, sobre a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré
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De posse dos negativos em vidro, Manoel Rodrigues Ferreira publicou uma série de 15 reportagens no jornal paulistano “A Gazeta”, em 1957, após 3 meses pesquisando o que pôde encontrar sobre a história da EFMM em São Paulo.
Ao reescrever o material para editar o livro, em 1960, imaginou o título — que só então passou a ser o apelido da ferrovia.
Em meados de 1971, Manoel Rodrigues Ferreira foi procurado por um “fã” interessado em obter um exemplar do livro, esgotado havia anos. O “fã” era nada menos que o camioneiro vencedor de uma licitação (?) para transportar todo o material da EFMM até São Paulo, onde seria sucateado. O assunto foi levado pelo à imprensa por Manoel Rodrigues Ferreira, e o sucateamento da ferrovia foi provisoriamente detido.
A edição de 1981 — quando um pequeno trecho da ferrovia já estava sendo reativado com fins turísticos — inclui novos capítulos, narrando fatos cabeludíssimos, como a apropriação de terrenos por comerciantes, e a destruição de toda a documentação histórica da EFMM pelo Exército, em uma imensa fogueira.
Após a exibição pela TV da série “Mad Maria” (Jan. 2005), a Ed. Melhoramentos tornou a lançar nova edição do livro, atualizada (13,5 x 20,5 cm; 408 páginas).
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