Estrada de Ferro Central do Brasil
«Subúrbios da Central»
Flavio R. Cavalcanti - Set. 2009
Os chamados «Subúrbios da Central» começaram a ser habitáveis — e habitados —
a partir do assentamento dos trilhos e entrada em operação da Companhia de Estrada de Ferro de Dom Pedro II
(EFDPII), em meados do século XIX, permitindo a primeira grande expansão urbana (ou suburbana) do Rio de Janeiro e do Brasil.
Com a República e a mudança de nome da ferrovia para Estrada de Ferro Central do Brasil (EFCB), passaram
a ser conhecidos como «Subúrbios da Central», designando tanto os
novos bairros do antigo Distrito Federal (ex-"Município da Côrte"), quanto os municípios próximos
(no Estado do Rio) servidos pelo trem, e o próprio sistema de transporte urbano sobre trilhos.
Após a incorporação da Central do Brasil na Rede Ferroviária Federal (RFFSA, 1957), os "Subúrbios"
— tanto da Central do Brasil quanto da Leopoldina — foram gradualmente reagrupados sob administração à parte, até
que a Divisão Especial Subúrbios do Grande
Rio passou a integrar a Companhia Brasileira
de Trens Urbanos (CBTU) — depois desmembrada nas unidades de vários pontos do país, com transferência
da malha do Rio (547 km) para o governo estadual, em Dezembro de 1994. Passou, então, a ser operada pela Companhia Fluminense
de Trens Urbanos (Flumitrens),
estadual.
A concessão do transporte ferroviário de passageiros na região metropolitana do Rio de Janeiro foi parcialmente
leiloada pelo governo estadual em 15 de julho de 1998, e arrematada pelo "Consórcio Bolsa 2000". A Rio Trens
Concessionária de Transporte Ferroviário S.A. foi a empresa concessionária criada pelo "Consórcio
Bolsa 2000" para operar o sistema ferroviário de passageiros, alterando depois sua razão social para SuperVia
Concessionária de Transporte Ferroviário S.A.
A concessão, iniciada em novembro de 1998, tinha um prazo de 25 anos, prorrogável por igual período. Em 1º Dez.
1998 a SuperVia assumiu a operação dos trens urbanos de passageiros nos 11 municípios do Grande Rio.
Em 14 Set. 2009, o site da SuperVia (atualizado em Agosto) indicava uma frota operacional
de 159 Trens-Unidade Elétricos, totalizando 525 carros — dos quais, 36 trens (novos ou reformados) com ar condicionado. A extensão
da malha ferroviária era de 225 km de trilhos, operando das 3h47 à 0h48 com 716 "trens" diários (viagens).
Em 2008, os trens da SuperVia transportaram 128 milhões de passageiros (119 milhões pagantes). Um recorde de passageiros transportados
registrou-se no dia 8 Abr. 2009, com 520 mil (490 mil pagantes). A capacidade era "estimada" em 1 milhão de passageiros
/ dia. O trecho de maior demanda é o Ramal Japeri, com a média de 200 mil passageiros diários.
Outra parte da malha, cuja concessão de não foi privatizada, é operada pela Companhia Estadual de
Engenharia de Transportes e Logística ("Central"), operando atualmente cerca de 52 km de vias férreas,
com 35 estações e paradas (dados da Wikipedia).
|