Ferreomodelismo
“Hobby” de fazer trem pequeno
já tem 36 adeptos em São Paulo
José Carlos Marão - Folha de S. Paulo, 4 Maio 1962
Cortesia: Celso Frateschi
Fazer trenzinho pequeno (mas não de brinquedo), que anda, acende luz e faz tudo o que os trens grandes fazem é o “hobby”
de 36 paulistanos que fundaram a Sociedade Brasileira de Ferreomodelismo. Ferreomodelismo é como aeromodelismo: estuda-se um modelo
original para reproduzi-lo numa miniatura que funcione.
No Brasil, é coisa nova, mas em outros países, tanto na Europa como na América, é difundida. Nos Estados Unidos
(onde há mais de 600.000 aficcionados), existem três revistas especializadas no assunto. Na Alemanha, na França e na
Itália, outras publicações também cuidam de instruir e ensinar ferreomodelistas.
O ferreomodelistas
Quem não conhece geografia, história (quando relacionada com ferrovias), mecânica, pelo menos superficialmente, e não
saiba muita eletriidade e eletrônica não pode ser ferreomodelista.
Precisa, também, ser um pouco artista: modelar bem, saber trabalhar com madeira, metais e plástico.
Conhecer leis ferroviárias, entender de bitolas e outras particularidades é fundamental, também, pois, senão,
qualquer miniatura não seria perfeita. Depois disso, é só ficar sócio. E levar a sério o Ferreomodelismo
não é brinquedo.
O ferreomodelismo
As peças para as locomotivas e vagões podem ser compradas ou feitas pelos próprios ferreomodelistas. Locomotivas geralmente
são compradas de fábricas especializadas que existem na Europa e nos Estados Unidos.
As fábricas brasileiras – embora com programas de ampliação e aperfeiçoamento da produção – não
satisfazem ainda às exigências. Só algumas peças servem. O resto é considerado “brinquedo”.
Carros de passageiros, de carga, locomotivas, estações, túneis, pontes, sinaleiros, casinhas de controle e tudo o
mais que se faça deve reproduzir fielmente os modelos originais que existem em estradas de ferro grandes) de qualquer parte do mundo.
A escala é sempre 1:87.
O trenzinho, depois de feito, precisa ser testado numa maqueta, que deve ter tudo o que uma estrada de ferro tem. Essa maqueta é
sempre “decorada”: árvores, serragem verde (para imigar plantações), rios gente e outras coisas entram na composição.
A sociedade
Os cultivadores paulistas de ferreomodelismo resolveram fundar a associação para ter um local, com biblioteca especializada
e uma boa maqueta, onde pudessem reunir-se, trocar informações técnicas sobre o assunto e divulgar as “novidades”.
A Sociedade Paulista de Ferreomodelismo foi fundada em 9 de Setembro de 1960. Não tem ainda sede definitiva. Funciona uma provisória,
no restaurante de propriedade do sr. Sérgio Cellario, um dos associados. Está sendo instalada num edifício da av. São
João a sede definitiva. Por enquanto, está sendo decorada a maqueta.
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