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Ferreomodelismo
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Por um desses desencontros — como diz o Centro-Oeste —, deixei de fornecer à Frateschi as plantas corretas do carro-dormitório, anos atrás, quando escrevi ao Celso reivindicando o lançamento dos novos carros.
Ele afirmou possuir, já em 1982, o detalhamento completo para o lançamento dos carros dormitório e salão. Não me ocorreu que a Frateschi não dispusesse das plantas corretas.
Escrevi em 1988 à Transit America, sucessora da Budd, e recebi de mr. William Heisler uma resposta muito atenciosa informando que, no caso específico destes carros, eu deveria contactar a Bombardier do Canadá, cujo endereço me forneceu. Fiz isto, e mr. Vincent Klingler, da Bombardier do Canadá, solicitou à Bombardier dos EUA as cópias das plantas originais, que me remeteu em seguida.
Os carros foram recebidos pela Estrada de Ferro Central do Brasil em 1950, mas desde 1947 os projetos já estavam prontos para execução, na Budd. A sequência de plantas (drawings) originais da Budd para o carro dormitório-cabine (double-bedroom) atende à série 035-9641.
Certamente a Central teve acesso aos desenhos originais, transferindo-os para o formato reduzido (A4) ainda na década de 1950, com revisão em 1961.
Mas, no caso específico deste carro-dormitório, o desenho A4 não foi feito de acordo com o projeto da Budd — e nem mesmo de acordo com os protótipos recebidos pela Central, que aliás, coincidem com o projeto original.
O desenho A4 da RFFSA / Central, 1950 (revisão 1961), mostra 12 janelas de vidro na lateral do corredor — que desta forma seria super-iluminado —; e apenas 7 janelas na lateral das 12 cabines. A ser verdade, nada menos do que 5 cabines ficariam sem janela!
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Digo janelas de vidro, porque a estrutura lateral era fabricada pela Budd com vãos para todas as janelas.
Nos casos necessários, os vãos em excesso eram fechados — de fábrica — com chapas de aço rebitadas pelo sistema shotweld (solda-ponto em aço inox).
Na maioria das fotos, mal se percebe a existência dessas janelas de aço.
Seria o equivalente dos buracos encontrados no painel de um automóvel, para instalação de acessórios de luxo. Nas versões populares do mesmo modelo, a indústria automobilística fecha aqueles buracos com algumas peças apropriadas, de fábrica.
No Brasil, algumas dessas janelas de aço Budd tiveram sua fixação apenas reforçada com parafusos.
Das 7 janelas mostradas pelo desenho A4 da Central, apenas a mais distante da porta lateral coincide com a posição de 1 das 6 janelas que realmente existem — desde que se olhe a imagem invertida num espelho.
Analisando fotografias do protótipo, veremos que as 6 janelas são espaçadas com absoluta regularidade, a boa distância da porta lateral.
Na planta da Central, ao contrário, 6 janelas parecem centralizadas na lateral do carro, e a 7ª como que equilibra a porta existente na outra extremidade.
O modelo Frateschi do carro-dormitório concorda com a vista lateral mostrada na planta A4 da Central do Brasil — 7 janelas para as 12 cabines, e 12 janelas para o corredor.
À primeira vista, podemos pensar que basta inverter a decoração interna do modelo, para que as 12 cabines tenham suas 12 janelas.
E de fato, é o que a maioria dos modelistas poderá fazer.
Com esta solução, teremos apenas 2 problemas, que para a maioria provavelmente não terá grande significação:
Bibliografia A Gretoeste: a história da rede ferroviária GWBR - 25 Abr. 2016 Índice das revistas Centro-Oeste (1984-1995) - 13 Set. 2015 Tudo é passageiro - 16 Jul. 2015 The tramways of Brazil - 22 Mar. 2015 Regulamento de Circulação de Trens da CPEF (1951) - 14 Jan. 2015 Caminhos de ferro do Rio Grande do Sul - 20 Nov. 2014 |
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