Vagões isotérmicos: frigoríficos e ferrovias
Frigoríficos no Brasil: década de 1970
Flavio R. Cavalcanti - Fev. 2013
A década de 1970 pode ser considerada a melhor para a indústria frigorífica de carnes no Brasil, com o apoio dos governos tecnocrático-militares (políticas de preço mínimo, estoques reguladores, incentivos fiscais), com a multiplicação de abatedouros frigoríficos por toda parte, inclusive nas regiões mais improváveis (como o da Volkswagen-Bradesco na Amazônia).
Porém, não há indícios de que esse florescimento tenha embarcado nas ferrovias.
Estradas de terra e de asfalto expandiam-se em ritmo de Brasil grande, e boa parte dos novos frigoríficos instalaram-se em locais afastados da velha rede ferroviária, herdada de décadas anteriores e até do século XIX.
Já existia no Brasil um número significativo de ferreomodelistas e pesquisadores, pelo menos desde a expansão dos hobbies (1967-1969) no início do Milagre Brasileiro, percorrendo ferrovias, fotografando, colecionando publicações da área, obtendo cópias dos conjuntos de plantas existentes nas oficinas das ferrovias etc.
Estes acervos se refletiram na biblioteca da ABPF (fundada em 1977) e no Informativo Frateschi (lançado em 1979), bem como nas publicações iniciadas poucos anos depois Esporte Modelismo (1982), Centro-Oeste (1984), Trem de Ferro (1990) e várias outras.
Após 1996, boa parte desses acervos além de memórias pessoais começaram a se espalhar pela internet, pelas mãos de seus detentores ou de novos pesquisadores que tiveram acesso a eles. E nada parece apontar para a entrada em operação de novos vagões frigoríficos, desde a reforma de 95 vagões ICC no início da década de 1970.
Dispersão dos novos frigoríficos após a década de 1980, em regiões totalmente sem ferrovia
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