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Locomotivas construídas no Brasil de 1971 a 2013; e previsão para 2014

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Indústria ferroviária
Construção de vagões e locomotivas
no Brasil de 1971 a 2014

Flavio R. Cavalcanti - 11 Fev. 2015
com informações da Abifer

Produção cresceu em 2014

A indústria ferroviária instalada no Brasil produziu em 2014:

4.703 vagões de carga (+106,3%);
374 carros de passageiros (+70,8%); e
80 locomotivas (-3,6%).

Esse desempenho é bastante superior às projeções para 2014, informadas até então pela Abifer — e que permaneciam até hoje no quadro estatístico de seu site:

3.500 vagões de carga (+46,1%);
320 carros de passageiros (+53,5%); e
60 locomotivas (-27,7%).

No conjunto, o faturamento da indústria ferroviária foi de R$ 5,6 bilhões — um crescimento de 24% em relação aos R$ 4,5 bilhões de 2013.

Projeções para 2015

De acordo com a nota divulgada pela Abifer em 9 Fev. 2015:

“Para 2015, as projeções apontam para a produção e entrega de 4 mil vagões (75 para exportação), 420 carros de passageiros (90 para exportação) e 90 locomotivas (10 para exportação), com previsão de ligeiro aumento do faturamento. Para os próximos anos, o Programa de Renovação da Frota de Vagões e Locomotivas, a ampliação da malha ferroviária de cargas e a continuidade dos investimentos no setor de passageiros demandarão mais serviços para a indústria ferroviária instalada no Brasil”.

Essas novas projeções baseiam-se no aumento da demanda por commodities, que faz as operadoras ferroviárias investirem em vagões e locomotivas; e no aporte de recursos federais para os programas de mobilidade de estados e municípios, que gera encomendas de mais carros de passageiros.

Ciclos econômicos

A implantação e desenvolvimento da indústria ferroviária brasileira (incluindo bondes) acompanha, em linhas gerais, os ciclos conhecidos da industrialização do país:

algumas iniciativas pioneiras no segundo reinado;
um surto meteórico nos primeiros anos da República — gorado pela política econômica darwinista que se seguiu;
alguma substituição de importações decorrente da I Guerra Mundial;
novo impulso a partir da crise mundial da década de 1930 e II Guerra Mundial;
desenvolvimentismo do pós-guerra;
novo impulso governamental no início da década de 1970;
e por fim as chamadas "décadas perdidas" que se seguiram ao "setembro negro" (1982) e à moratória da dívida (1987).

São essas "décadas perdidas" que saltam à vista, nos gráficos da construção de vagões e locomotivas no Brasil, de 1971 até hoje.

Nota

Os gráficos foram gerados por planilha, a partir dos números indicados pelo site da Abifer [documentados em 11 Fev. 2015].

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Produção da indústria ferroviária no Brasil
Ano	Carros	Vagões	Locos
1971	26	1.935	60
1972	2	1.496	36
1973	4	3.406	56
1974	78	3.576	77
1975	100	5.025	107
1976	95	4.479	106
1977	131	2.908	110
1978	164	3.455	42
1979	337	2.549	47
1980	259	1.710	59
1981	274	1.086	56
1982	213	1.843	95
1983	202	1.411	24
1984	141	799	28
1985	154	1.869	28
1986	120	1.646	47
1987	58	355	14
1988	32	521	5
1989	4	216	15
1990	12	186	28
1991	97	6	27
1992	162	200	13
1993	147	184	4
1994	45	70	6
1995	20	386	14
1996	12	26	1
1997	0	119	2
1998	46	869	9
1999	98	1.297	7
2000	62	1.283	1
2001	79	748	4
2002	218	294	5
2003	79	2.399	0
2004	45	4.740	0
2005	179	7.597	6
2006	113	3.668	14
2007	283	1.327	30
2008	447	5.118	29
2009	438	1.022	22
2010	430	3.261	68
2011	336	5.616	113
2012	207	2.918	70
2013	219	2.280	83
2014	374	4.703	80
Fonte: Abifer em 11 Fev. 2015