Flavio R. Cavalcanti - Centro-Oeste nº 22 ()Desvios vivos — desvios com entrada e saída em seqüência —, dentro de um túnel, são um artifício simples para tirar de circulação determinada composição, e fazer aparecer outra, que estava desaparecida. Isto simula a existência de um local distante, para onde os trens viajam; e de onde chegam outros trens.
A alternativa apresentada aqui é simples e prática, pois não utiliza circuito eletrônico, sensores, células fotoelétricas, etc. É um projeto "eletro-mecânico", ao alcance de qualquer ferreomodelista. Foi projetada e testada com êxito pelo Luiz Alberto, da Sociedade de Modelismo Ferroviário de Brasília (SMFB). O esquema elétrico da fig. 1 é um exemplo com apenas dois desvios vivos (T1 e T2), para simplificar. A partir desse esquema, você pode fazer um túnel com quantos desvios vivos desejar. Os elementos básicos são:
Dito isso, com certeza você já compreendeu o funcionamento do sistema.
Deixe os 6 interruptores ligados e vire os 2 AMVs para o desvio que vai utilizar primeiro. Digamos T1 — acione então os AMVs para "cima". Você vem com uma composição do leste (L). Desative então a saída oeste (T1W), antes mesmo que o trem entre no desvio. Quando a última roda da locomotiva entrar em T1W, a composição pára perfeitamente dentro do desvio T1. Mas atenção: — Venha em baixa velocidade, ou a loco poderá passar um pouco além da subseção W. O paineil apresentará T1W apagado, e assim você lembrará que ali está uma composição com a locomotiva posicionada para sair na direção oeste (W). Por isso, não mexa mais no interruptor T1W (desligado), nem no T1L (ligado). Apenas desligue T1C por precaução. Com as 3 lâmpadas apagadas, você já sabe que o desvio T1 contém uma composição estacionada. Agora, antes de ligar qualquer outra seção da maquete, volte com o Controlador para velocidade zero, para evitar surpresas embaraçosas. Velocidade zerada, trate agora de acionar imediatamente os AMVs para T2 — que se tornou passagem obrigatória. Haverá um trem escondido em T2 ? Se as 3 luzes estiverem acesas, a resposta é "não". — Por definição, deixe sempre ligados os desvios que não estiverem bloqueados por um trem estacionado. Se as 3 luzes de T2 estiverem apagadas, a resposta será "sim". Então ligue o interruptor T2C e abra "um pouco" a velocidade no Controlador, para ver se a locomotiva desta segunda composição está voltada para leste (T2L apagada) ou para oeste (T2W apagada). Se estiver voltada para leste, não esqueça de "inverter" a direção no Controlador, ou ela sairá em marcha-a-ré. Volte o Controlador para velocidade zero, ligue a subseção em que está a loco (T2L ou T2W), e pode dar a partida nesta composição. Como T2 permanece passagem obrigatória, deixe os AMVs como estão.
Aqui, poderíamos sugerir duas luzes indicadoras de direção, conforme esquema de Victor Mazzocoli divulgado na Esporte Modelismo nº 8: dois LEDs lado a lado, no painel, sobre setas apontando para a direita e para a esquerda, ligados em paralelo, sendo um com a polaridade contrária à do outro. Veja na fig. 2. Este subconjunto deve situar-se logo após a chave inversora de direção — esteja ela no Controlador, ou no painel. Funciona, também, como derivação paralela à alimentação da linha — a corrente sai do fio vermelho que alimenta os trilhos, e volta diretamente ao pino preto de "retorno". Veja na fig. 5. Um resistor 680R, 1/4W é sugerido por Mazzócoli para proteger os LEDs. Vale observar que: Num trajeto circular, a direção aparente dos trens se inverte. Se os LEDs indicam a direção de marcha na parte dianteira da maquete (pátio da estação) e o túnel com T1 e T2 está na parte de trás... Bom, que tal colocar 2 pares de LEDs indicadores de direção — um para orientar a saída de trens no pátio, e outro para o túnel? Esse "túnel de esconder trens" exige muita atenção e, de um modo geral, merece ter um painel só para ele. Convenções & piraçõesUsamos aqui a convenção adotada pela Frateschi: – Utilizar o pino preto como "retorno", ou "neutro", ligando-o ao trilho "comum" (não-interrompdo) com fio preto; e ligar o pino vermelho ("ativo") ao trilho onde se fazem as interrupções para dividir eletricamente as seções da via férrea. Palavras como "retorno" (da corrente) são meramente didáticas. Na verdade, basta "inverter a marcha" no Controlador, e a corrente passaria a "vir" pelo fio preto e "voltar" pelo vermelho — se é que alguma coisa "vai" ou "volta". Poderíamos, da mesma forma, falar em "positivo" e "negativo", e acabar igualmente confusos. Pode-se (dentro de certos limites) comparar a eletricidade a um rio. A corrente I (medida em Ampéres) corresponderia ao volume de água que passa; e que pode ser "barrado", parando de passar, e dessa forma cessando a "corrente". A tensão V (medida em Volts) seria representada pela diferença de altura entre dois pontos do rio — quanto maior o desnível, maior a "força" da água, ou "diferença de potencial". E a potência P (medida em Watts) corresponderia à massa de água corrente multiplicada pela força com que ela desce (P = V x I). Na ligação em série, a "correnteza" do rio corre ao longo de um único "caminho". Duas lâmpadas de 6 V podem ser ligadas em série, dividindo entre elas a tensão de 12 V sem queimar. E a corrente é a soma do consumo das duas. O rio "desce" 6 V numa lâmpada e 6 V na outra, mas o "volume d'água" (a "corrente") não se divide. Nas ligações em paralelo, imagine o curso do rio sendo dividido para passar entre várias ilhas, ou parcialmente desviada para movimentar um monjolo situado ali perto. Neste caso, a corrente se divide. Em cada derivação passa apenas a corrente efetivamente consumida ao longo daquela variante. Mas a tensão (desnível) — considerando a tomada d'água e o ponto de reunião — permanece igual, tanto no rio quanto na derivação. Tudo isso, como foi frisado, apenas para "visualizar". Na prática, é melhor esquecer a "analogia", e aplicar as leis básicas da eletricidade — coisa que não fiz, e receio que o Luiz Alberto também não. Maquetes & idéias
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