Flavio R. Cavalcanti - Centro-Oeste nº 22 ()Desvios vivos — desvios com entrada e saída em seqüência —, dentro de um túnel, são um artifício simples para tirar de circulação determinada composição, e fazer aparecer outra, que estava desaparecida. Isto simula a existência de um local distante, para onde os trens viajam; e de onde chegam outros trens.
A alternativa apresentada aqui é simples e prática, pois não utiliza circuito eletrônico, sensores, células fotoelétricas, etc. É um projeto "eletro-mecânico", ao alcance de qualquer ferreomodelista. Foi projetada e testada com êxito pelo Luiz Alberto, da Sociedade de Modelismo Ferroviário de Brasília (SMFB). O esquema elétrico da fig. 1 é um exemplo com apenas dois desvios vivos (T1 e T2), para simplificar. A partir desse esquema, você pode fazer um túnel com quantos desvios vivos desejar. Os elementos básicos são:
Dito isso, com certeza você já compreendeu o funcionamento do sistema.
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Fig. 3 – O interuptor do centro desliga também os outros dois, sem alterar a posição de suas alavancas. Ligando novamente o interruptor central, tudo está na mesma situação de antes, permitindo visualizar a posição da loco. |
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Fig. 4 – A lâmpada em paralelo subtrai parte da corrente, mas não afeta significativamente a tensão na linha férrea. O resistor opcional não pode estar "no caminho" da ligação Controlador - trilhos. |
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Fig. 5 – Ligação dos LEDs indicadores da direção de marcha do Controlador: — Logo após a chave reversora (esteja ela no Controlador ou no painel), e antes de qualquer outra chave interruptora. |
Aqui, poderíamos sugerir duas luzes indicadoras de direção, conforme esquema de Victor Mazzocoli divulgado na Esporte Modelismo nº 8: dois LEDs lado a lado, no painel, sobre setas apontando para a direita e para a esquerda, ligados em paralelo, sendo um com a polaridade contrária à do outro. Veja na fig. 2.
Este subconjunto deve situar-se logo após a chave inversora de direção — esteja ela no Controlador, ou no painel.
Funciona, também, como derivação paralela à alimentação da linha — a corrente sai do fio vermelho que alimenta os trilhos, e volta diretamente ao pino preto de "retorno". Veja na fig. 5.
Um resistor 680R, 1/4W é sugerido por Mazzócoli para proteger os LEDs.
Vale observar que:
Num trajeto circular, a direção aparente dos trens se inverte. Se os LEDs indicam a direção de marcha na parte dianteira da maquete (pátio da estação) e o túnel com T1 e T2 está na parte de trás... Bom, que tal colocar 2 pares de LEDs indicadores de direção — um para orientar a saída de trens no pátio, e outro para o túnel?
Esse "túnel de esconder trens" exige muita atenção e, de um modo geral, merece ter um painel só para ele.
Usamos aqui a convenção adotada pela Frateschi: – Utilizar o pino preto como "retorno", ou "neutro", ligando-o ao trilho "comum" (não-interrompdo) com fio preto; e ligar o pino vermelho ("ativo") ao trilho onde se fazem as interrupções para dividir eletricamente as seções da via férrea.
Palavras como "retorno" (da corrente) são meramente didáticas. Na verdade, basta "inverter a marcha" no Controlador, e a corrente passaria a "vir" pelo fio preto e "voltar" pelo vermelho — se é que alguma coisa "vai" ou "volta".
Poderíamos, da mesma forma, falar em "positivo" e "negativo", e acabar igualmente confusos.
Pode-se (dentro de certos limites) comparar a eletricidade a um rio. A corrente I (medida em Ampéres) corresponderia ao volume de água que passa; e que pode ser "barrado", parando de passar, e dessa forma cessando a "corrente". A tensão V (medida em Volts) seria representada pela diferença de altura entre dois pontos do rio — quanto maior o desnível, maior a "força" da água, ou "diferença de potencial". E a potência P (medida em Watts) corresponderia à massa de água corrente multiplicada pela força com que ela desce (P = V x I).
Na ligação em série, a "correnteza" do rio corre ao longo de um único "caminho". Duas lâmpadas de 6 V podem ser ligadas em série, dividindo entre elas a tensão de 12 V sem queimar. E a corrente é a soma do consumo das duas. O rio "desce" 6 V numa lâmpada e 6 V na outra, mas o "volume d'água" (a "corrente") não se divide.
Nas ligações em paralelo, imagine o curso do rio sendo dividido para passar entre várias ilhas, ou parcialmente desviada para movimentar um monjolo situado ali perto. Neste caso, a corrente se divide. Em cada derivação passa apenas a corrente efetivamente consumida ao longo daquela variante. Mas a tensão (desnível) — considerando a tomada d'água e o ponto de reunião — permanece igual, tanto no rio quanto na derivação.
Tudo isso, como foi frisado, apenas para "visualizar". Na prática, é melhor esquecer a "analogia", e aplicar as leis básicas da eletricidade — coisa que não fiz, e receio que o Luiz Alberto também não.
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