Em apenas 5 parágrafos, 3 desenhos e 1 legenda, a Frateschi apresentava — há 10 anos — este projeto de um vagão limpa-trilhos, de autoria de Christian Duch (Campinas, SP). A legenda dava a receita de uso: "Limpar a linha 2 vezes por semana, circulando por ela o vagão limpa-trilhos com benzina". A receita de construção ocupava os 2 últimos parágrafos: "Este vagão é feito com a prancha ref. 2000 da Frateschi. A chapa de latão é encontrada em casas de artigos para artesanato, artigos de couro, ou lojas de ferragens. A camurça deve ser colada à chapa de latão com cola Brascoplast". "Deve-se regular a pressão do patim limpa-trilhos, de modo que uma locomotiva possa puxar o vagão com relativa facilidade". No rodapé da página, um conselho: "Limpe os trilhos regularmente, evitando o mau-contato e a oxidação das rodas das locomotivas". |
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Material
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As especificações do material não foram difíceis de atender. Usei um parafuso mais longo, para agilizar a busca. Difícil foi convencer o dono da Brasília Metais a recortar e vender uma lâmina pequena de latão. Latão aceita lápis, caneta Bic e tesoura. Facilmente, você desenha e recorta nas medidas recomendadas. Camurça não é difícil de achar. Pergunte ao sapateiro onde ele compra material. Lá, também se encontra a cola Brascoplast, ou Cascola. |
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Resista à tentação de substituir a camurça por qualquer outro material. Pano, solta fiapos. Borracha, solta borracha. Não há nada como a camurça. Geralmente, é vendida em retalhos, a quilo. Dois ou três retalhos pesam pouco, custam pouco, e sobram para seus netos. PolimentoConsidero superada a recomendação de usar benzina. Ela só retira o óleo, que poderia proteger o trilho contra o oxigênio e, portanto, contra a oxidação. Não é lá essas coisas, para tirar aquela sujeira que realmente atrapalha. Também considero superado o uso do Blem e do Varsol, recomendados em outros IFs muito antigos. Na EF Pireneus — Paranã (IF-31, CO-6/6), dei um único polimento nos trilhos, com Brasso, tendo o cuidado de retirar muito bem o produto — principalmente das laterais internas dos trilhos, onde poderia atacar o friso das locomotivas. Não tem jeito: é no pano e no dedão, conforme o Jarbas limpava as pratas da casa. Entediante e cansativo. O único alívio é fazer isso antes de assentar as grades na maquete. Depois, termine a limpeza dos resquícios finais de Brasso, usando um pano (usei brim) com um pouco de WD-40. É um ótimo protetor contra a oxidação. Feito o polimento, o vagão limpa-trilhos deve estar pronto, para que todo esse trabalho não precise ser repetido tão cedo — no meu caso, só voltei a polir pequenos trechos de 20 cm, aqui e ali, mais de um ano mais tarde. Uso do vagãoA receita do CO é: |
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Assim, a locomotiva nunca irá pisar a poeira das últimas 24 horas. Junto com algum óleo que sempre cai do motor e das engrenagens, essa poeira "pisada" rapidamente forma uma crosta. Ainda não tenho dados quanto ao respingo de óleo das novas locomotivas diesel 8 x 8 da Frateschi, cujo truque-redutor é fechado por baixo (e aberto por cima). Reserve uma escova de dentes para escovar a camurça, de vez em quando — principalmente, após limpar uma ferrovia sem uso há muitos dias. Nos primeiros dias, a camurça retira o excesso de WD-40. Mesmo no clima seco de Brasília, a camurça continuava embebida, um ano mais tarde. A cada dia, ela vai repondo mais um pouco de WD-40 nos trilhos. |
Opções?Na segunda metade da década passada, a Frateschi experimentou produzir em série um outro tipo de vagão limpa-trilhos. Aliás, fez duas tentativas. Na primeira, foi usado o box ref. 2008, sendo o conjunto vendido pronto. Na segunda, o "patim" foi vendido em separado, para cada modelista instalá-lo no vagão que preferisse. A meu ver, o projeto industrializado pela Frateschi — muito diferente deste aqui — não aprovou. A camurça vinha colada ao peso de chumbo, devendo o conjunto deslizar sobre os trilhos, debaixo do vagão. O conjunto era preso ao vagão por lâminas compridas de latão, com um furo em cada ponta, para fixar entre o vagão e os truques. Logo, ambas tentativas caíram no abandono. |
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