Compilado por Alexandre Santurian – Julho-1991
Esta ferrovia é a mais antiga da Bahia e resultou da concessão de privilégio a um particular — Joaquim Francisco Alves Branco Muniz Barreto —, no ano de 1853, para a construção de uma ferrovia que, partindo de Salvador, seguisse à vila de Juazeiro ou outro lugar da margem direita do rio São Francisco. A linha deveria passar pela cidade de Alagoinhas e a concessão tinha prazo de 90 anos. Esta linha férrea foi primeiramente conhecida como EF Calçada a Juazeiro (Calçada é um bairro da cidade baixa de Salvador). Foi a primeira ferrovia construída na Bahia e a quinta do Brasil. Em 1855, o concessionário transferiu seus direitos à Bahia and San Francisco Railway Company, incorporada em Londres com um capital inicial de 1,8 milhão de libras, e em 28 Jun 1860 abriu-se ao tráfego a primeira seção, de Calçada a Paripe. Em 13 Fev 1863, foi aberta a última seção, que atingia Alagoinhas, no km 123,3. As obras de extensão continuaram a partir de 1876. Em 18 Nov 1880, foi inaugurado o trecho entre Alagoinhas e Serrinha, com 110,6 km; em 31 Ago 1887, alcançou a cidade de Senhor do Bonfim, no km 322 a partir de Alagoinhas.
A ligação entre esta cidade e Juazeiro completou-se em 24 Fev 1896, totalizando 575,4 km da estação da Calçada. Com a construção de 3 variantes, a distância caiu posteriormente para 570,3 km. Inicialmente, a bitola era de 1,60 m, tendo sido alterada para a bitola métrica na primeira década do século atual. Por aviso de 31 Dez 1881, do governo imperial, a Bahia and San Francisco Railway Company foi autorizada a construir um ramal que, partindo de Alagoinhas, fosse terminar em Timbó. Esse trecho foi inaugurado em 30 Mar 1887, com 82,3 km, e prolongado para Aracaju e Propriá, Sergipe, em 1909. Em 25 Jun 1901, o governo resgatou a estrada aos ingleses e arrendou-a aos engenheiros Jerônimo Teixeira de Alencar Faria e Austricliano de Carvalho. Mais tarde, foi transferida para a razão Teive Argolo & Cia. e, em 1909, para a Companhia Viação Geral da Bahia. Em 23 Out 1910, foi constituída a Rede de Viação Férrea Federal da Bahia, prevendo-se a ligação com a EF Bahia e Minas e a incorporação desta última ao conjunto da rede baiana. Mais uma vez, o contrato de arrendamento foi transferido, em 11 Nov 1911, para a Compagnie des Chemins de Fer Fédéraux de l'Est Brésilien, formada com capitais franceses e belgas. Cláusulas do novo contrato previam vários prolongamentos das linhas e ramais que formavam esta rede; a aquisição das estradas de ferro estaduais Centro-Oeste e Nazaré; e determinavam que a EF Bahia e Minas a ela deveria incorporar-se. A construção do ramal de Senhor do Bonfim a Iaçu iniciou-se em março de 1917, atingindo a cidade de Jacobina em 7 Jul 1920. A cidade de Iaçu somente foi alcançada pelos trilhos em 16 Fev 1937. O ramal de Campo Formoso foi entregue ao tráfego em 1° Mai 1917; e a inauguração do trecho entre Iaçu e Itaíba deu-se em 15 Dez 1951, para entroncar com o ramal da EF Central da Bahia. Em 11 Mar 1935, atendendo a grupos econômicos baianos e aos ferroviários do Estado, o governo Getúlio Vargas decretou a encampação de todos os serviços e bens da Compagnie des Chemins de Fer Fédéraux de l'Est Brésilien para o controle da União, formando assim a Viação Férrea Federal Leste Brasileiro. A VFFLB, resultando da união com as outras 4 ferrovias citadas no preâmbulo, tinha uma extensão de 2.545 km e formava um dos principais sistemas ferroviários do País. Na década de 40, iniciaram-se os trabalhos de eletrificação dos trechos de Salvador a Alagoinhas, e de Mapele a Candeias. As obras foram inauguradas em novembro de 1948, com recursos provenientes da União, à época do governo Eurico Dutra. A Bahia chegou a ter 230 km de linhas eletrificadas. Hoje, restam somente cerca de 15 km, entre a Calçada e Paripe, sendo que a rede aérea já estava erradicada no início dos anos 80. Quando foi absorvida pela RFFSA, em 1957, a Leste — como ainda é conhecida na Bahia — possuía 65 locomotivas a vapor, 28 diesel-elétricas, 5 diesel-mecânicas, 10 elétricas, 7 automotrizes, 1.113 vagões e 223 carros de passageiros. As ferrovias da Bahia (1991)
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