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Piggy-back
RFFSA
- 1992-1994
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O Rodotrem Rio de Janeiro - São Paulo foi parte da breve tomada de fôlego da RFFSA após o choque inicial do governo Collor [1990-1992].
Negócios e parcerias tinham de ser buscados por seus técnicos e administradores, para tentar insuflar um pouco de vida na empresa. E as soluções tinham de ser simples, pois não havia recursos para investimento.
Chapas de aço elevadiças, adaptadas na extremidade dos vagões-prancha, permitiam que os caminhões subissem por uma rampa, em fila, no vagão da ponta do trem, e passassem de um para outro, até completar a carga.
Trilhos perfurados foram fixados às laterais dos vagões-prancha para firmar os calços dos pneus.
De acordo com Kelso Médici, de início o embarque do lado paulista foi testado no pátio ferroviário Engenheiro São Paulo, em curva, o que não teria dado bons resultados. Transferiu-se, então, o embarque dos caminhões para o pátio do Pari. No Rio de Janeiro, embarque e desembarque faziam-se no pátio do Arará.
Segundo a reportagem de João Geraldo publicada em O Carreteiro, a divulgação do Rodotrem pela RFFSA foi feita por simples pafletos, distribuídos na região cerealista do bairro do Pari, e por telefonemas às transportadoras. Naturalmente, sem dispor de call-center, nem serviços de tele-marketing, muito menos chamadas automáticas em série com gravações de voz. Com sorte, talvez o velho telefone movido a disco já tivesse dado lugar ao telefone com teclas. Sabe lá.
Colchonetes protegiam os vidros dos caminhões contra eventuais pedradas, e a RFFSA já estudava um sistema que envolvesse por completo as cabines.
Os camioneiros seguiam em um carro-leito de aço inox, com direito a 2 bandejas de lanche, refrigerante e água à vontade, já incluídos no frete ferroviário.
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A proximidade do repórter de O Carreteiro com a realidade vivida pelos camioneiros rendeu um quadro bastante nítido deste serviço piggy-back como é conhecido no mundo inteiro. Significa, literalmente, um modal de transporte viajar nas costas de outro.
Abstraindo valores em dinheiro, que andavam pela casa dos milhões, na moeda inflacionada da época, e com direito ao inevitável reajuste todo santo mês, os camioneiros ouvidos pela revista concordavam, em geral, que o preço equivalente a 100 litros de diesel era bastante atrativo, para um percurso de cerca de 400 km.
Afinal, além do combustível, economizavam o desgaste dos freios, mecânica e motor, além do descanso proporcionado por uma noite de sono.
Outros camioneiros consideravam o Rodotrem atrativo, mesmo 20% acima do custo de 100 litros de diesel, e apesar de demora de 12 horas, bem maior que a duração da viagem pela estrada, considerando também a segurança proporcionada pelo trem.
Outros, ainda, consideravam o trem atrativo até 50% acima do custo de 100 litros de diesel, em especial na viagem de volta, do Rio de Janeiro para São Paulo, com drástico aumento no consumo de combustível ao enfrentar a serra das Araras.
A reportagem afirma que a RFFSA teria começado a operar o serviço piggy-back em 12 Jan. 1993. O informe do Kelso Médici, porém, indica que a operação começou em 1º Dez. 1992, de graça, em caráter experimental, e a partir de 19 Dez. passou a ser cobrado. No início, o trem corria lotado; com a cobrança, o movimento caiu durante alguns dias; e atualmente [Fev. 1993] voltou à lotação completa.
A queda da ponte sobre o rio Paraíba do Sul em São José dos Campos, em 7 Fev. 1994, levou à suspensão do Sula Miranda como era apelidado o trem pelos ferroviários e, depois disso, ele não voltou mais a circular. No início do ano seguinte, em 5 Mar. 1995, o novo governo já realizava o primeiro leilão de privatização. Não havia mais perspectiva, para os técnicos e administradores da RFFSA continuarem tentando levantar a empresa.
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