Guindastes ferroviários no Brasil: protótipos & modelos
VI - Locomotivas guindaste
Guindastes ferroviários no Brasil
Eduardo J. J. Coelho
SPMT / Centro-Oeste, 1994
Montar um guindaste sobre uma locomotiva, de modo a torná-lo móvel, foi uma ideia tipicamente inglesa, ainda nos primórdios de suas ferrovias, em 1866.
Limitada, pelas óbvias restrições de peso e tamanho, a serviços gerais, as locomotivas guindaste foram muito populares na Inglaterra e suas colônias até as primeiras décadas do século XX, quando passou a ser mais prático o uso de trens de serviço com guindastes autônomos.
A versatilidade das locomotivas guindaste em serviços de oficina e depósito de locomotivas, curiosamente manteve-as preservadas por um período muito mais longo do que a tração a vapor em geral, inclusive estimulando a conversão de pequenas locomotivas diesel para este fim.
A EF Central do Brasil adquiriu à firma inglesa R. W. Hawthorn Leslie & Co. duas locomotivas guindaste em 1913, sendo uma 0-4-0 T para bitola métrica e uma 0-6-0 T para bitola larga. Classificadas oficialmente como guindastes no final da década de 20, receberam os números 128 e 47, respectivamente.
A 47 foi felizmente preservada no depósito de Santos Dumont, MG, onde serviu como a Perua até 1976 — a mesma sorte não tendo a 128, baixada e sucateada em 1968.
A espécie das locomotivas guindaste poderia estar oficialmente extinta no Brasil, se não fosse pela conversão de uma pequena locomotiva diesel de bitola larga, feita pela RFFSA na década de 1970. Seguindo a tradição da Perua, esta nova locomotiva guindaste é conhecida como Cafona, servindo com distinção em Barra do Piraí, RJ.
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