Flavio R. Cavalcanti, 5 Nov. 2009Para melhor aproveitamento de uma folha de compensado, o ideal é recortar as curvas em seções de 90 graus, 60 graus, ou até menos, dependendo do raio utilizado. Ângulos maiores geram muito desperdício; e recortes muito pequenos exigem muitas emendas. O importante é que as peças individuais não sejam excessivamente longas, nem excessivamente curtas. A melhor forma de distribuir os cortes é fazer um molde de papel grosso, cartolina ou papel-cartão, e estudar a distribuição das peças na superfície do compensado, marcando em seguida. Lembre que a serra "consome" alguma largura ao efetuar o corte das peças. Sendo o espaço vertical um fator crítico no planejamento da espiral, não faria sentido colar / aparafusar um pedaço avulso de madeira embaixo das bases, para firmar as emendas. Como a emenda precisa ter a mesma espessura das peças emendadas, a base acabaria com 20 + 20 mm, exigindo afastamento extra, e novo cálculo de toda a espiral. E como o comprimento da emenda precisa ter pelo menos 4 vezes a largura da base a ser emendada, o resultado de 4 ou 6 emendas a cada volta seria outro grande desperdício de madeira. A melhor solução, neste caso, é utilizar compensado com a metade da espessura planejada (10 mm) e simplesmente colar 2 camadas em toda extensão da espiral — aproveitando para defasar as emendas das 2 camadas, de modo que o centro de cada camada seja a emenda da outra, e vice-versa. O procedimento é limpar bem o pó (serragem, poeira) das superfícies a serem coladas, espalhar bem a cola de modo a cobrir toda a superfície, em seguida raspar com uma régua ou espátula para eliminar o excesso de cola (que apenas enfraqueceria o conjunto), de modo a deixar a mais fina camada possível. Ajustadas as duas superfícies, aperte-as firmemente com grampos ou sargentos, e por fim aparafuse-as a espaços regulares. Os parafusos devem ter comprimento equivalente à espessura de uma camada + 3/4 da espessura da segunda camada (total = 17,5 mm neste exemplo). A camada de cima deve ser furada na bitola do parafuso, e a camada seguinte com broca inferior à bitola do parafuso — de modo que ele atravesse a primeira sem muito esforço e se firme bem na segunda. O ideal é usar parafuso de corpo liso e cabeça chata (afunilada). O corpo liso deve ser mais ou menos equivalente à espessura da primeira camada, que será firmada pela cabeça, à medida em que a ponta repuxa a camada inferior. Como as duas camadas são iguais em função e extensão, o aparafusamento pode ser feito alternadamente, de uma para outra e vice-versa. Dessa forma, 2 camadas de 12,5 mm acabam por formar uma única peça única, sólida, de compensado de 25 mm — numa espiral de várias voltas, totalizando vários metros de extensão, sem "pontos fracos", como se não houvesse emendas, para todos os efeitos práticos. Utilizando compensado de boa qualidade, é uma espiral para durar muitos e muitos anos, atravessando várias reformulações da maquete e podendo ser reutilizado em outras maquetes diferentes, no futuro. Se um dia abandonar o hobby, ainda será uma peça com valor de venda. Entre os itens estruturais que 9 entre 10 maquetistas iniciantes prefeririam comprar pronto, se puderem, com certeza uma boa espiral leva a palma. O que é mais um motivo para planejar bem — a começar pelo raio e pela inclinação, procurando adotar padrões de ampla aceitação. |
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Espiral de trilhos para maquete em vários níveis
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