Flavio R. Cavalcanti, 5 Nov. 2009A transição (ou "facilidade") na entrada e na saída da espiral — entre a via férrea plana e a via em rampa — é um cálculo à parte. Na fase inicial do hobby, usando grades rígidas Frateschi ref. 4220 + rampa-kit ref. 1511, que sobe 5 mm a cada 220 mm de extensão, aprendemos que no início da subida é preciso fazer uma pequena transição — uma elevação inicial de apenas 2 mm, depois 3 mm, para só então entrar na sequência de +5 mm a cada nova grade de trilhos ref. 4220. Com maior experiência — e dispondo de maior controle na construção da maquete, pelo uso de bases de madeira ajustáveis —, podemos fazer uma conta mais equilibrada, com uma elevação inicial de 1,7 mm (0,76%), em seguida +3,3 mm (1,51%), antes de passar a +5 mm (2,27%) por cada 220 mm de extensão.
Este é apenas um exemplo tosco, com um pé nas grades rígidas ref. 4220, para servir de ponto de partida. Na verdade, 220 mm pode ser uma transição razoável para locomotivas G12 com engates Märklin, e vagões com +/- 175 mm entre engates. Mas um projeto duradouro deve prever também locomotivas e carros de passageiros mais longos, com rodeiros de perfil RP-25 e engates Kadee. Ao planejar uma espiral de qualidade, com grades flexíveis e bases de madeira ajustáveis, você pode definir uma transição bem mais suave — com trechos de 330 mm de extensão (ao invés de 220 mm), e três inclinações intermediárias (ao invés de duas). O importante — ao calcular o desnível total entre dois setores de uma maquete tridimensional, ou entre as "prateleiras" de uma maquete de parede — é lembrar de somar os vários "módulos de altura" (voltas) da espiral + 2 "módulos de transição" na entrada e na saída do "elevador". Evite ajustar a espiral a uma situação específica — por exemplo, os intervalos de altura condicionados por determinada marca de kit-prateleira pré-fabricado, encontrado hoje nos supermercados, mas que daqui a alguns anos talvez nem exista mais. Em vez disso, opte por uma espiral de trilhos com bom raio de curvatura, gradiente aceitável, espaçamento com alguma folga entre as camadas — e use a transição (entrada + saída) para a conta-de-chegar. A "transição" é transitória — pode ser mais facilmente alterada, descartada, substituída. Por fim, um conselho de ouro, na hora de planejar a transição de entrada e saída — saia pela tangente! A transição deve ser planejada em trecho reto, divergente, afastando-se imediatamente daquele rolo todo, para longe do "empilhamento" vertical de espiras. É fácil perceber a importância disso, na saída inferior — seria terrível trabalhar embaixo daquela estrutura toda, principalmente na parte de trás — mas, na verdade, também é importante na saída superior, igualmente sujeita a emendas, AMVs com acionamento por baixo etc. |
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Espiral de trilhos para maquete em vários níveis
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