|
|
Trem de Passageiros da Estrada de Ferro Vitória a Minas
|
|
O trem de passageiros Belo Horizonte–Vitória está oferecendo a opção de acomodações mais sofisticadas — em conforto e apresentação — sem grande aumento de preços: a "Classe Executiva".
Antes da primeira viagem (93/Nov), foi prometido que o trem receberia acomodações de Primeira Classe com ar condicionado — mais do que um luxo, uma necessidade, dado o calor na região do rio Doce, aliado ao pó de minério em cada cruzamento com os cargueiros.
A exemplo do trem de passageiros da EF Carajás, a idéia era incorporar à Primeira Classe do "BH-Vitória" um sistema de climatização.
Como são 8 carros de Primeira em cada sentido — o que exigiria um investimento muito alto — a EFVM adotou uma solução interessante:
Alguns dos carros de Primeira receberam acomodações mais elaboradas: (1) Novas poltronas, mais anatômicas; (2) Novo revestimento interno e iluminação; e (3) Janelas vedadas e vidros com uma película de Insufilm ("fumê") que reduz a incidência dos raios solares.
O salão de passageiros ganhou mais uma porta de isolamento, entre o vestíbulo dos banheiros e o acesso interno, para conter a climatização.
O equipamento, de fabricação Thermo King, mantém a temperatura constante de 21ºC, com 60% de umidade no ar.
Há 2 aparelhos por carro, garantindo o funcionamento caso uma das unidades apresente defeito.
Sob o assoalho (bastidores) foram instalados 2 motores diesel de pequeno porte para alimentação e suporte do equipamento. Por fora, no teto, estão os dissipadores, próximos às portas de acesso.
A nova classe tem capacidade para 78 passageiros.
As poltronas de fabricação Marcopolo (as mesmas dos ônibus Paradiso) são reclináveis e apresentam mesas de apoio (embutidas) para o serviço de bordo, com uma comissária e um garçom atendendo prontamente o usuário.
Desde a aquisição da passagem, o usuário começa a desfrutar do conforto a que se propõe a nova Classe Executiva:
É possível adquiri-la até 30 dias antes, evitando atropelos de última hora.
|
Com os lugares rigorosamente marcados, o passageiro já embarca notando a diferença da climatização, acionada desde antes da saída do trem.
Em seguida, apresenta-se a comissária que gentilmente dá as boas-vindas, oferecendo o cardápio e o jornal de bordo, o "Jornal do Trem".
Circulam 3 carros por composição, mais 1 carro-lanchonete exclusivo para o atendimento da Classe Executiva.
O passageiro recebe o lanche em bandejas de espuma-pac envoltas em filme PVC — a higiene é absoluta.
Durante a viagem o garçom vem conferindo os pedidos, e logo em seguida acerta-se a conta, uma vez que o lanche não está incluído na passsagem.
Mas durante todo o trajeto pode-se pedir à vontade.
Os serviços não são mais caros — os preços do cardápio são os mesmos das demais classes.
Salvo uma ou outra iguaria, o que há no carro-lanchonete da Classe Executiva é o mesmo servido na Primeira ou Segunda Classe, sem distinção de qualidade.
O acesso à Classe Executiva não é exclusivo dos que viajam entre as capitais.
Pode-se fazer o trajeto entre quaisquer cidades intermediárias, nas mesmas condições das demais classes — paga-se pelo trecho, e não pela acomodação "à la percurso total".
Portanto, você pode fazer um rápido passeio, apenas para conferir a novidade, entre 2 cidades próximas — e o padrão de atendimento é o mesmo.
É curioso observar que o "BH-Vitória" é o primeiro trem de passageiros no Brasil atual a oferecer 3 classes.
Mesmo nos trens Santa Cruz e no Vera Cruz, as cabines eram consideradas como Primeira Classe.
Na Ferrovias Paulistas S/A (Fepasa), foi adotada uma nova conceituação, mais discreta e digna para o usuário de 2ª Classe — que passou a viajar sob a imagem da chamada Classe Econômica.
Na Classe Executiva da EFVM, o passageiro sente a diferença do conforto "by run" — a estabilidade e o silêncio interno garantem a qualidade da viagem, salvo o discreto sopro do ar condicionado.
O isolamento acústico é excelente.
O balanço, é reduzido pelo carro um pouco mais lastreado que os demais, aliado à excelência da via férrea — trilhos TR-68 soldados, fixação elástica e dormentes de aço.
Por composição, são 3 carros + 1 lanchonete exclusivo — aumentando o trem para 18 carros.
Somados mais 3 que aguardam em Desembargador Drummond (vindos de Itabira), a composição atinge agora 21 carros — tudo isso, tracionado por 2 valentes G-12, que dão conta do recado com desempenho e velocidade.
A nova classe é isolada das demais. A porta de comunicação com a Primeira Classe permanece trancada para "passeios" ou "visitas", contendo a climatização. Mas o passageiro pode migrar para a Classe Executiva durante a viagem, desde que haja lugar e pague a diferença.
Contudo, a Classe Executiva não veio causar constrangimento.
A qualidade e a atenção ao passageiro, na EFVM, é nivelada por cima — a diferença entre as classes está apenas nas acomodações. O atendimento é o melhor possível, a todos.
A Classe Executiva foi inaugurada oficialmente em 94/Outubro, em viagem entre Belo Horizonte e Barão de Cocais, com a presença de autoridades da CVRD / EFVM, convidados e usuários.
A Associação Mineira de Ferreomodelismo participou com alguns de seus associados, como convidados da empresa.
Cada carro custou US$ 130 mil. Ao todo são 6 carros (3 por composição) mais 2 de reserva, classificados como EC (executivo carbono), e foram reformados pela Cia. Comércio e Construção (CCC), a mesma do Trem de Prata: — EC-204, 227, 221, 210, 224, 229, 217 e 213.
Tanto estes, quanto os da Primeira Classe, são carros de fabricação romena.
Uma viagem confortável e muito econômica, é o que a EFVM nos oferece com o "BH-Vitória", ou "Rio Doce".
Com saídas diárias e sem atropelos, esta é mais uma prova daquilo que o bom gerenciamento ferroviário pode realizar.
Fortemente amparado pelo marketing da Cia. Vale do Rio Doce (CVRD), o "Rio Doce" (nome original do trem) ou "BH-Vitória" (como é chamado agora) tem garantido lotação completa em suas viagens diárias e simultâneas entre as capitais mineira e capixaba, desde 93/Nov, dado o sucesso junto aos usuários — tratados com atenção e dignidade.
Ferrovias Estrada de Ferro Goiás - 30 Jul. 2018 Locomotiva GE U23C nº 3902 RFFSA - 8 Out. 2017 Trem Vitória - Belo Horizonte - pontos de venda - 2 Out. 2017 Horários do Trem Vitória - Belo Horizonte - 28 Set. 2017 Litorinas Budd RDC no Brasil - 27 Set. 2017 Trem das Águas - ABPF Sul de Minas - 15 Set. 2017 Fases de pintura das locomotivas English Electric EFSJ / RFFSA - 2 Mai. 2017 A Velha Senhora no trem da Luz a Paranapiacaba (1985) - 22 Fev. 2017 Horários do Trem turístico S. João del Rei - 6 Dez. 2016 Trens especiais Curitiba - Pinhais (1991) - 29 Nov. 2016 Trem turístico a vapor Curitiba - Lapa (1986) - 26 Nov. 2016 Os “antigos” trens turísticos a vapor da RFFSA - 21 Nov. 2016 |
Ferreoclipping Livro sobre a GWBR em João Pessoa e Recife - 12 Mai. 2016 Museu Ferroviário de Natal - 25 Abr. 2016 Passagens e calendário do trem turístico Ouro Preto - Mariana | Percurso - 20 Dez. 2015 Passagens e descontos do Trem do Corcovado | Onde comprar - 12 Dez. 2015 EF Campos do Jordão | Horários | Hospedagem - 15 Jul. 2015 |
Bibliografia A Gretoeste: a história da rede ferroviária GWBR - 25 Abr. 2016 Índice das revistas Centro-Oeste (1984-1995) - 13 Set. 2015 Tudo é passageiro - 16 Jul. 2015 The tramways of Brazil - 22 Mar. 2015 História do transporte urbano no Brasil - 19 Mar. 2015 Regulamento de Circulação de Trens da CPEF (1951) - 14 Jan. 2015 Batalhão Mauá: uma história de grandes feitos - 1º Dez. 2014 Caminhos de ferro do Rio Grande do Sul - 20 Nov. 2014 A Era Diesel na EF Central do Brasil - 13 Mar. 2014 Guia Geral das Estradas de Ferro - 1960 - 13 Fev. 2014 Sistema ferroviário do Brasil - 1982 - 12 Fev. 2014 |
|
|
Ferrovias | Mapas | Estações | Locomotivas | Diesel | Vapor | Elétricas | Carros | Vagões | Trilhos Urbanos | Turismo | Ferreomodelismo | Maquetes ferroviárias | História do hobby | Iniciantes | Ferreosfera | Livros | Documentação | Links | Atualizações | Byteria | Mboabas | Brasília | Home |