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Maquete de ferreomodelismo EF Pireneus-Paranã
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O primeiro passo é desenhar e recortar a base de compensado que receberá o leito (cortiça) e a linha (grades).
Optei por simplificar ao máximo. Assentei alguns AMVs e grades flexíveis sobre o compensado, fixei provisoriamente com alguns preguinhos, e fui ajeitando aqui e ali, até obter um traçado semelhante ao que havia desenhado no papel. Naturalmente, chequei várias medidas — ou poderia ter surpresas desagradáveis, mais tarde.
Tão simples é o desenho das linhas, que basta colocar as grades no compensado para definir o recorte da base — um spray à base d'água marca o traçado sobre a madeira, com perfeição. |
Com as grades assentadas, desenhei o contorno dos dormentes na madeira. Depois, com ajuda do metro, desenhei os contornos para a base inteiriça, com cerca de 6 cm de largura (Fig. 1).
A sobra maior do compensado (peça da frente) foi aproveitada, mais adiante, como fachada da estrutura de madeira.
A Frateschi recomenda que as bases ("sub-bases", no seu manual) tenham 70 a 75 mm de largura. Usei 60 mm, na EFPP, e o mesmo fez o Gilberto (SMFB) na EFPA. A meu ver, este é um dos recursos para disfarçar visualmente o curtíssimo trajeto das mini-ferrovias.
Na literatura americana, também é comum ensinar-se que a base de madeira deve alargar-se nos locais onde haverá estações, cabines e outros prédios, para sustentá-los. Da minha parte, prefiro que as construções adaptem-se ao relevo (e não o relevo a elas). Se for o caso, o relevo de papel e cola (ou gesso e tela) poderá até ser plano, no mesmo nível da base de madeira.
Assim, se mudar de idéia, basta cortar o relevo — em vez de serrar a madeira, com as linhas já assentadas.
A estrutura do diorama baseia-se num quadro de ripas de 20 x 45 mm, com 2 travessas em seu interior. A localização dessas travessas internas será definida mais tarde (ver "Localizações").
Cada junção de 2 ripas (em "T" ou em "L") deve ser fixada com 2 parafusos — nem muito na beira, nem muito perto um do outro —, para evitar que a ripa de trás gire. Isso aconteceria se fosse usado apenas um parafuso, que serviria como eixo de giro.
No conjunto, espera-se que o quadro de madeira fique o mais rígido possível, evitando que ele possa se contorcer com facilidade — com alguma quina saindo do plano.
Como os parafusos vão atravessar 20 mm de madeira — antes de atingirem a ponta da ripa de trás —, devem ter pelo menos 40 ou 45 mm de comprimento. Não use parafusos finos demais, nem grossos demais.
O correto seria usar parafuso de corpo liso (a parte que atravessa a primeira peça de madeira). Instala-se na furadeira uma broca mais fina do que a rosca do parafuso, deixando (se possível) 35 a 40 mm fora do mandril. Feito o furo das duas peças, usa-se uma broca mais grossa para alargar o furo da primeira peça — de modo que o corpo (liso) do parafuso passe livremente.
Na prática, usei parafuso de 38 mm, rosca soberba (rosca até a cabeça), do qual ainda tinha uma caixa quase cheia. As vezes, ao penetrar na peça de trás, o parafuso afasta-a da primeira peça. Prossigo mais um pouco, desatarracho parcialmente, rejunto as peças e torno a atarrachar. Nem sempre tenho paciência para ficar trocando brocas, a fim de alargar o furo da primeira peça.
Madeira, por mais seca que seja, é composta de água e mais alguma coisa. Proteja o parafuso, passando-o em parafina (vela). Isto ajuda a atarrachar com menos esforço, evita a ferrugem e facilita desatarrachar, muito tempo depois.
A estrutura de madeira exige uma série de colunas (ripas verticais), para sustentar a base das linhas na altura desejada, uns 25 cm acima do quadro (Fig. 2).
Essas colunas, porém, não oferecem apoio suficiente à base das linhas, em todos os pontos necessários — e eu também não quero usar colunas demais. Além disso, sou ruim de serrote, e nenhuma dessas colunas termina numa superfície plana.
Por isso, é conveniente instalar 4 travessas horizontais no topo das colunas, acompanhando mais ou menos as 4 travessas do quadro inferior (Fig. 3). As travessas superiores serão fixadas ultrapassando um pouco a altura máxima das colunas.
Uma quinta travessa foi instalada em nível intermediário, para dar suporte ao relevo, no local da futura favela.
Na parte de trás das travessas superiores, serão instalados mais 4 suportes verticais, para sustentarem o morro ao fundo da maquete (Fig. 4). A rigor, bastaria que as colunas de trás tivessem mais 15 ou 20 cm de altura, e já serviriam de suporte para o morro ao fundo.
Na descrição da montagem da estrutura, adiante, ficará claro por que não quis misturar as duas coisas.
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Até aqui, foi mostrado o por quê de cada elemento da estrutura de madeira — como se bastasse ir acrescentando-os. A Fig. 6 mostra a base (em transparência) sobre a estrutura formada pelo quadro inferior, colunas e travessas superiores.
É importante acompanhar, passo a passo, como foi definida a localização de cada elemento.
Feito o quadro inferior — ainda sem as traves internas —, coloque sobre ele a base das linhas, já recortada da folha retangular de compensado. Se preferir, torne a fixar provisoriamente os AMVs e grades flexíveis, aproveitando o desenho que ficou, do contorno dos dormentes (traçado).
Como pretendo eliminar (visualmente) as caixas de bobinas dos AMVs, tenho que definir qual sistema vou adotar para este fim.
Bastam dois furos para passar a lâmina da furadeira e abrir o rasgo embaixo de cada AMV |
A primeira opção (CO-5/3 e CO-12/7) já foi testada na EFPA e, mais tarde, na maquete da SMFB, estando mais do que comprovada. No entanto, é duvidoso se alguém conseguirá — com a maquete e a paisagem prontas — retirar e reinstalar a caixa de bobina, para uma eventual manutenção.
A segunda opção (CT-2/5) ainda é apenas teórica, pelo menos para mim. No primeiro AMV do diorama (ref. 4165 Frateschi), funcionou a contento. No segundo AMV (ref. 4900), já me consumiu algumas tardes e vários ajustes, sem resultado satisfatório.
Escolhi a segunda opção, de qualquer forma. Ela exige apenas um pequeno rasgo na base de compensado, embaixo da barra de movimentação das agulhas do AMV. A caixa de bobinas fica instalada embaixo da base de compensado — não importa muito, se é para frente ou para trás do rasgo.
Nestas áreas, portanto — rasgo e local das bobinas —, não poderá existir nenhuma travessa superior sustentando a base de compensado.
Tendo isso em vista, é que vamos definir a localização exata das travessas superiores, das colunas — e das travessas internas do quadro inferior. O resultado pode ser marcado nas longarinas do próprio quadro.
Uso de grampos e sargentos para firmar as colunas, verificar o prumo e efetuar os furos para os parafusos — dois em cada fixação, para travar o giro das peças |
A montagem da estrutura pode ser feita com facilidade e rapidez, se o modelista dispuser de pelo menos 4 grampos de marceneiro, ou "sargentos". Por via das dúvidas, há tempos, adquiri 2 grampos "C" (abertura de 15 cm) e 2 "sargentos" (abertura 22 cm).
Com um deles, você pode prender uma coluna ao quadro inferior, enquanto perfura e atarracha o parafuso. Com 2 deles, você pode prender uma travessa superior no topo de 2 colunas — e assim por diante.
O primeiro passo foi grampear e aparafusar as 7 colunas, tão verticais quanto possível. Em seguida, prendi e aparafusei a travessa intermediária (suporte da futura favela).
As travessas superiores, excedendo um pouco a altura das colunas, foram presas em suas posições — 2 de cada vez, já que só tenho 4 grampos. Em seguida, ajustei o nivelamento e fixei com parafusos, provisoriamente.
O passo seguinte foi fixar a base sobre as travessas superiores. Como o compensado tem apenas 9 mm, usei parafusos de 20 mm.
Note que existem chaves de fenda para cada tipo de parafuso — normalmente, uso 2 ou 3 tipos de parafuso. Usar a chave errada, danifica a fenda do parafuso, eliminando sua principal vantagem, que é poder ser retirado sem esforço e sem marteladas.
Por fim, tornei a soltar as travessas superiores das colunas, formando 2 conjuntos destacados — base/travessas, de um lado, e quadro/colunas, de outro.
Até que me sinta totalmente satisfeito com o sistema de acionamento dos AMVs, basta retirar a base/travessas, e colocá-la de cabeça para baixo sobre a mesa, para continuar fazendo os ajustes necessários. Nesta fase, os suportes do morro (ao fundo) também não ficam no local, para não atrapalharem.
Quando tudo estiver Ok, não será necessário submeter AMVs, bobinas e emendas à vibração da furadeira.
O pequeno tamanho do diorama logo tornou óbvio que não precisava me preocupar muito com especificações de madeira que se aplicam a maquetes um pouco maiores.
Na EF Pireneus-Paranã (IF-31, CO-6/6), a base do pátio e das linhas avulsas foi feita em compensado de 10 mm, com inúmeras emendas (exceto no pátio). Na EF Paranaíba-Aragarças (Gilberto, SMFB), usamos madeirit de 12,7 mm, cortada em peças de até 2 metros. A literatura americana freqüentemente recomenda madeira ainda mais grossa. A Frateschi também recomenda 12 mm, em seu manual (pág. 35).
No caso da EFPA, a firmeza das bases foi muito maior, nas linhas avulsas. Não tanto pela madeira ter mais 2,7 mm, mas por ter poucas emendas; além das colunas serem de madeira 25 x 50 mm, distribuídas — no máximo — a cada 40 cm do percurso.
Já a base do pátio da EFPP ficou firme, com peças de mais de 2 metros. Portanto, para o diorama, não hesitei em adquirir um compensado de 9 mm, pois pretendia recortar uma base inteiriça, para todas as linhas, sem qualquer emenda.
A escolha se deu ao acaso, quando encontrei, a uns 200 m do escritório, o chamado compensado de 1/2 folha (0,60 x 2,20 m), em 90/Mai/31, por Cr$ 818,59. Não pode ser considerado barato, mas a marca (Edai) é a melhor das que já adquiri em Brasília — tendo usado e reusado várias marcas, por vários anos.
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Isto equivaleria a Cr$ 2155 em 91/Fev, pouco menos que os Cr$ 2162 do carro de passageiros Frateschi, na tabela da Strambi & Frenhi, no início do mesmo mês (-5% para os clientes habituais). Usei 44% do compensado, tendo sobrado uma peça perfeitamente retangular, de 60 x 124 cm.
Para as longarinas, travessas e colunas, adotei mesmo o pinus — que não recomendo para nenhuma maquete maior do que este diorama, por ser muito frágil e não inspirar nenhuma confiança.
A escolha do pinus também foi de circunstância. Em 90/Out/31, encontrei ripas de 20 x 45 mm, a Cr$ 43,05/metro, na mesma loja, e calculei de cabeça que 12 metros seriam suficientes. Ao escolher as peças, a soma deu 13,8 m, que adquiri por Cr$ 594,09.
Isto equivaleria a Cr$ 964, no início de 91/Fev, quando a Strambi & Frenhi estava vendendo o vagão plataforma da Frateschi a Cr$ 1081 (-5%). Dos 13,8 metros, usei 65%, restando 2 peças inteiras, e uma com menos de 1 m.
Desde que o modelista compre as ripas na quantidade certa e/ou reaproveite a sobra de compensado (como é o meu caso), o custo real da madeira seria equivalente a Cr$ 1575, no início de 91/Fev, mesmo comprando na Mareisa, loja tradicionalmente careira. Ou seja, um tanque de amônia Frateschi, na mesma data, pela tabela da Strambi & Frenhi (Cr$ 1642 —5%).
Esses cálculos visam derrubar um mito muito comum, quando se fala do custo astronômico de uma maquete — suposta barreira ao maquetismo.
Para maquetes 5, 10 ou 100 vezes maiores — supondo que cada um sabe quanto pode gastar —, o custo não seria, obrigatoriamente, 5, 10 ou 100 vezes maior.
É elementar pegar o catálogo telefônico e pesquisar preços, coisa que não fiz
Compensado de 1/2 folha não custa a metade. E não é preciso escolher a melhor marca
Em compras maiores, é de lei obter abatimento
Quando o custo se torna pesado, é elementar que se faça uma avaliação precisa das quantidades necessárias
Usei mais travessas, por metro quadrado, do que seria normal em qualquer maquete. A quantidade e altura das colunas, por metro quadrado, também é exagerada, neste diorama
Enfim, quem vai fazer uma grande maquete, para muitas locomotivas, vários Controladores, dezenas de vagões etc., não vai chorar porque a madeira necessária custa o preço de dezenas de vagões. Quem quer apenas colecionar, não precisa pretextar custo de madeira, falta de tempo, de espaço etc. — basta colecionar.
Quanto ao custo de preguinhos, parafusos, cola branca, papel higiênico etc., não vale o tempo que se perderia tentando calcular — por maior que seja a maquete.
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