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Maquete de ferreomodelismo EF Pireneus-Paranã
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Sim, meu diorama está indo devagar! Mas nem tanto. De fato, já vai bem à frente desta série.
O andamento arrasta-se — descobri há cerca de um ano — por um motivo que devia ter sido óbvio desde o início: — O hobby é incompatível com "levar o trabalho para casa"...
No final de 1991, as pimentinhas passaram algumas semanas por minha conta, e — naquela idade — isto desanimava de ligar o computador. Resolvemos então o caso dos macaquinhos (nivelamento); e a solda dos fios nas talas de junção (DC-21/12).
No início de 1992, com o Centro-Oeste parcialmente em outro local, surgiu tempo para o preparativo mais delicado: — A instalação das bobinas dos AMVs embaixo da base de madeira (CO-64/7). Feito isso, restavam poucas preliminares.
Uma delas, foi a fixação definitiva das travessas superiores no alto das colunas. Mais uma vez, grampos e sargentos são uma ajuda inestimável.
Nivelada a base do diorama no comprimento e na largura — através dos macaquinhos —, prendi as 2 travessas superiores centrais. Verifiquei o nivelamento de cada uma, no comprimento; e das 2, lado a lado. Uma vez fixadas, prendi as outras 2 travessas superiores; verifiquei o nivelamento do mesmo modo; e fixei tudo.
Sobre as travessas, re-aparafusei a base com as linhas — já havia aparafusado antes — e verifiquei seu nivelamento. Com os parafusos correndo suave em caminhos já conhecidos, bastam alguns calços de papel dobrado — entre a base e as travessas superiores — para fazer algum ajuste mais exato no nivelamento das linhas.
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Outro detalhe, foi a instalação dos medidores de corrente (amperímetro) e de tensão (voltímetro), conforme a receita do DC-3/2. Com uma serra-de-copo na furadeira, foi fácil abrir 2 buracos circulares de 2 1/4'' no painel de madeira. Os medidores que utilizei têm 2 1/4'' e 2 1/8'' de diâmetro.
Note que o painel frontal do diorama é exatamente a sobra do compensado de onde cortei a base para a via férrea (DC-14-15/8).
O voltímetro é ligado em paralelo com a alimentação das vias, logo na saída do Controlador. Ou seja: — O fio vermelho passa por um terminal do medidor, e o fio preto passa pelo outro, a caminho dos trilhos.
O amperímetro é ligado em série com a alimentação das vias, também logo na saída do Controlador. Em português: — Um dos fios "entra" por um terminal do medidor, e "sai" pelo outro terminal, a caminho dos trilhos. Por convenção, escolhi o fio vermelho.
Digo "logo na saída do Controlador", porque mais adiante sua maquete provavelmente tem um painel com várias derivações — para diferentes trechos isolados —, cada uma com seu interruptor e/ou chave de reversão etc. Os medidores são ligados antes da fiação chegar ao painel.
No meu caso, o esquema elétrico é simples: — Não existe nenhum trecho de via eletricamente isolado dos demais. Nenhum interruptor, e nenhuma chave de reversão (exceto a do CT-5200 Frateschi). Todos os fios vermelhos — provenientes das talas de junção — foram agrupados em 1 único. O mesmo quanto aos fios pretos.
Tudo ligado e assentado, tratei de polir a superfície de rolamento dos trilhos com Kaol, até brilhar. A seguir, retirei o excesso inúmeras vezes — primeiro com pano seco, depois molhado com WD-40 —, até o pano sair limpo.
O primeiro teste — isso foi em 91/Dez — me convenceu de que a FA-1 adquirida em 1990 realmente tem funcionamento muito mais suave e seguro do que as G-22U adquiridas em 1985 e 1986. Mas, ainda faço questão dos volantes de inércia...
Vale lembrar que cada tala de junção tem um fio de alimentação soldado por baixo. Além disso, lixei lateralmente todas as pontas de trilho, até brilharem, de modo que as talas — novas —, encaixando sob pressão, façam um contato elétrico perfeito. Por fim, borrifei WD-40 no interior de cada tala — usando aquele canudo que vem no frasco —, para que o contato continue perfeito por muito tempo.
Na segunda metade de 1992, nova ajuda das pimentinhas fez surgir mais algum tempo para o hobby — e finalmente iniciei a confecção do relevo.
A primeira tentativa foi pelo método do papel pardo amarrotado, recoberto com 2 ou 3 camadas de papel higiênico ruim e cola branca diluída em água. Foi o método adotado na EF Pireneus-Paranã (IF-31, CO-6/6), em 1985 e 1986, e já não apresentava mistério para mim. É ensinado no livro Ferrovias para Você Construir, da Frateschi. Eis alguns macetes práticos:
Quanto mais forte for o papel pardo, melhor. Embole-o e desembole-o algumas vezes, para torná-lo irregular e mais conformável.
Cole e grampeie o papel pardo na base das linhas. Cole e grampeie na borda da maquete. Cole e grampeie em outros pontos de apoio. O grampo não firma; é só para segurar enquanto a cola seca.
Para fazer uma elevação ou depressão, deixe o papel folgado, entre os pontos de grampeamento. Para fazer um relevo mais liso, deixe menos folga, ou quase nenhuma. Mas não se preocupe com a teoria. O mais simples é ir "moldando" a forma aproximada do relevo que deseja, à medida em que estende o papel pardo, preparando-se para grampeá-lo.
Rasgue pedaços de 15 a 20 cm, do papel higiênico mais grosseiro que puder encontrar. Pincele uma área do papel pardo com cola branca diluída em água. Coloque o pedaço de papel higiênico sobre esta área, e torne a pincelar sobre ele, para aderência ao papel pardo em todos os pontos. Repita o procedimento, até cobrir todo o papel pardo. O ideal é usar pincel grosso, de cerdas bem macias.
Aplique uma segunda camada de papel higiênico. Se julgar conveniente, também uma terceira camada. Aqui ou ali, até mesmo uma quarta.
Se o relevo arriar um pouco, ao peso do papel úmido, não há problema. Terminada a aplicação da camada, empurre o relevo por baixo, até ultrapassar um pouco a altura desejada. Se não permanecer na posição, espere secar alguns minutos, e torne a tentar.
Note que essa técnica não serve para cobrir grandes áreas sem ponto de apoio — acredito que 30 ou 40 cm sejam o máximo recomendável para um "vão livre".
Essa técnica não apresentava mistério para mim — mas tampouco apresentou qualquer novidade. Em resumo: — Não gostei. Passadas algumas semanas, desmanchei o serviço.
Para retirar o relevo feito de papel e cola, basta cortar com uma faca Olfa, rente aos pontos onde foi grampeado à madeira. Para retirar somente um pedaço — e fazer algo diferente naquele lugar —, a faca Olfa também resolve.
Mas deixe a cola secar alguns dias, para não cegar a lâmina. Se quiser desfazer enquanto está úmido, é melhor rasgar com as mãos.
Resolvi tentar o gesso — outra alternativa de relevo ôco —, pelo processo chamado casca-de-ovo. Mas devo confessar que não tive coragem de fazê-lo tão fino e leve como devia.
O primeiro passo é providenciar uma "teia" para aplicar o gesso em cima. Pode ser tela fina de arame, de nylon, filó — ou, mesmo, uma simples armação de tiras de papelão.
Optei por esta última.
Após o Natal, desci com as pimentinhas e — como esperava — logo encontramos uma enorme caixa de papelão, creio que de bicicleta Monark. Foi minha fonte de tiras de papelão.
Dobre as tiras do começo ao fim — para um lado e para o outro —, bastando apertar com os dedos para amassar o miolo ondulado. Isso amacia o papelão, facilitando o trabalho.
Cole e grampeie a ponta da tira de papelão na base das linhas, ou na borda da maquete, ou em outro ponto de apoio. Cole ou grampeie a outra ponta, em outro local. Deixe a tira de papelão com uma folga adequada ao relevo que deseja — liso ou movimentado.
Vá colando e grampeando novas tiras de papelão, de modo a formar uma rede, no formato do relevo desejado.
Nos pontos onde uma tira cruza com a outra, não é preciso grampear. Basta colar, e prendê-las com um pregador de roupa. A secagem é rápida.
Formada uma rede tosca de tiras de papelão, você pode modificá-la ou corrigi-la, antes de seguir adiante.
Se está conforme deseja, pode acrescentar mais algumas tiras menores, para detalhar melhor o relevo.
O modo mais simples de aplicar o gesso é embebê-lo em papel higiênico groseiro, ou toalhas de papel poroso.
Trabalhe com pedaços de papel de 15 ou 20 cm, no máximo. Mergulhe-o no gesso — segurando pelas 2 pontas de cima — e aplique-o sobre a teia de tiras de papelão.
Bastam 2 ou 3 camadas, alisando cada uma para aderir à anterior. A beira de cada pedaço de papel deve-se sobrepor à beira do outro mais próximo, para consolidar o conjunto.
O gesso é torrado e moído na indústria. Uma vez umedecido, cristaliza e perde o valor.
Quando você mistura água, ocorre uma reação química, com leve aquecimento. Você tem uns 5 minutos. Depois que começa a engrossar, não adianta misturar mais água — você vai diluir o gesso, mas não adiará nem repetirá a reação química inicial. Portanto, trabalhe com pouco gesso de cada vez.
Faça a mistura numa bacia flexível, que facilita soltar o gesso depois de seco — basta flexionar o plástico, para ele quebrar e se desprender. O ideal é a bacia ser rasa e aberta, para facilitar o trabalho. Eu improvisei uma bacia cortando um pote de 2 litros de sorvete, a 1/4 da altura original.
Porém, não me dei a tanto trabalho — comprar gesso, papel higiênico ruim, descobrir a proporção ideal de mistura com água etc. —, só para um diorama de 96 x 44 cm.
Fui à farmácia e adquiri rolos de gaze gessada, dessas que se usa para engessar braço quebrado.
A embalagem diz tudo: — Mergulhe a gaze gessada por 2 segundos, e aplique. Nada mais simples.
Na primeira farmácia, adquiri 3 rolos de 3 metros — creio que de 10 e 15 cm de largura —, totalizando Cr$ 67 mil. No dia seguinte, fui a outra farmácia e adquiri mais 3 rolos de 3 metros — todos com 12 cm — por Cr$ 54 mil. Foi nos dias 28 e 29 de Dezembro, e o dólar devia estar em Cr$ 14 mil. Com todo exagero que cometi, ainda sobraram uns 2 metros de gaze gessada.
É difícil considerar "caro" o material exigido por um diorama tão pequeno — o tempo era mais precioso. Para uma grande maquete, aconselho fazer uma pesquisa comparativa de métodos e custos, antes de ir à luta.
Adotei várias precauções, antes de engessar o relevo. Grampeei um plástico (de sacola de supermercado) sobre os trilhos; outro por baixo da teia de papelão, para preservar a fiação, conectores Sindal etc.; e mais um sobre o voltímetro e o amperímetro.
Por exagero, colei um pano (tipo fralda) sobre a teia de papelão, para aplicar a gaze gessada por cima.
Cortei a gaze gessada em pedaços de 15 a 20 cm de comprimento, para facilitar a aplicação. Acredito que apliquei 3 camadas — em alguns pontos, até 4 —, certamente, outro exagero.
O resultado dessa primeira tentativa não me agradou por completo.
Mas ainda falta levar adiante outros experimentos — e prefiro desmanchar só depois de cometer todas as bobagens que tenho direito.
Espero que, agora, já não irá tão devagar como foi até aqui.
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