Flávio R. Cavalcanti – Centro-Oeste DC-21 (30-Nov-1991)Ao montar a estrutura básica do diorama, em poucas horas (DC-15/8), simplesmente não me preocupei com nivelamento, esquadro, prumo etc. Não é uma maquete fixa, e a estante onde vai ficar não é confiável. Essas prateleiras vêm suportando toneladas de livros, há quase 30 anos. Nessas condições, o nivelamento que será dado às linhas precisa ter uma base mais confiável — caso a prateleira mude seu atual empenamento, ou o diorama seja levado para operar em outro local. Nada melhor do que instalar 4 macaquinhos — pés de altura regulável — embaixo do diorama. Girando o pé para um lado, suspende aquele canto do diorama. Girando para o outro, a altura do pé diminui. É formado por 2 peças: (1) O pé, propriamente dito, que é um parafuso com a cabeça coberta de plástico ou borracha, para não arranhar o chão; (2) Uma cápsula de plástico, com a rosca, para ser inserida na madeira. Encontra-se em lojas de ferragens mas, no meu caso, foi mais fácil. Ainda tinha os macaquinhos que adquiri em 85, para a EF Pireneus — Paranã.
A cápsula apresentou diâmetro de 1 cm, ou cerca de 3/8 de polegada. Trata-se de um furo respeitável, para se fazer com furadeira Singer de mão. Tinha tudo para causar um desastre na estrutura do diorama. Optei por instalar os macaquinhos em 4 bloquinhos de madeira, que depois seriam fixados na estrutura.
A seqüência de instalação é fácil:
Pessoalmente, preferi colar, coisa que não recomendo, pois não permite arrependimento posterior, nem reaproveitamento da madeira etc. Passe cola branca na superfície do bloquinho, e raspe com um toco ou um cartão, até deixar uma camada homogênea e fina. Aperte no local definitivo com um grampo ou sargento, e deixe secar por 24 ou 48 horas. Feito isso, o diorama poderá ser colocado sobre qualquer mesa torta, prateleira empenada etc., e re-nivelado rapidamente, sem dificuldade. Já dá para cuidar da instalação e nivelamento da base das linhas, sem medo de problemas futuros. TalasEnquanto a cola seca, aproveitei para enfrentar outra tarefa primordial: soldar os fios de alimentação nas talas de junção dos trilhos. No manual de maquetes da Frateschi — Ferrovias para Você Construir, vol. 2 —, os projetos mostram apenas um par de fios para cada trecho de linha eletricamente isolado dos demais (cabinho 22, vermelho e preto). Num texto à parte, recomenda-se que haja uma segunda alimentação, uma terceira etc., quando o trecho de linha for muito grande. Na minha opinião, isso ainda é pouco. Cada AMV deve receber energia em todas as 6 talas de junção, sempre que possível (DC-19/13). Alguns companheiros vão mais longe. O Gilberto (SMFB), numa maquete que teria uns 80 metros de linha, pretendia soldar fios de alimentação em todas as talas! O Luiz Octávio (como muitos outros) prefere soldar todas as emendas de trilhos, depois das linhas assentadas, testadas e aprovadas. Soldar as emendas, por si só, não garante boa alimentação, principalmente com vários AMVs em seqüência. Se um deles apresentar falha nas conexões internas, não entregará energia para o AMV seguinte. Então, será preciso soldar um ou vários fios às laterais dos trilhos, coisa que eu não consigo fazer sem derreter ou deformar os dormentes. Testes feitos pelo Gilberto, logo que surgiram as grades flexíveis nickel-silver da Frateschi, indicaram que estes trilhos apresentavam mais resistência do que os de latão, à passagem da corrente elétrica. Era seu argumento em favor da alimentação em todas as talas. No caso do diorama, não há outras emendas, fora as dos AMVs, que formam o "miolo" do lay-out (DC-12/9). Deles, partem 4 linhas, nenhuma das quais atinge sequer o tamanho de uma grade flexível (88 cm). Se quiser reforçar a alimentação dessas 4 linhas, só há uma forma: colocar talas (meramente de alimentação) no final das linhas. Aliás, fiz isso no pátio da EF Pireneus — Paranã. Ao iniciar o assentamento das linhas, fure a cortiça e a madeira com uma broca fina, bem perto de cada tala de alimentação, e passe os fios por eles, de modo que desapareçam discretamente. Após o empedramento da via, os fios somem.
SoldaEm 1984 e 1985, soldar cabinho 22 nas talas era um processo muito facilitado pelo processo industrial da Frateschi: as talas eram estampadas numa folha retangular, de onde o modelista ia cortando-as com tesoura, à medida em que precisasse de mais algumas. Era muito prático, soldar um fio em cada tala, já que a folha ficava quieta. Atualmente, a Frateschi produz as talas em fita, sendo inviável embalá-las e distribuí-las como uma corda de salsichas, emendadas uma após outra. Só são encontradas cortadas, avulsas. Para o meu nível de habilidade, após alguns anos sem prática, as talas avulsas — ou os fios, alternadamente — saltavam fora, quando tentava mantê-los juntos com o ferro de solda numa das mãos, e a solda na outra. Tudo bem. Após umas 20 soldas imprestáveis, consegui fazer outras 20 razoáveis. Note que não vale a pena reaproveitar talas usadas. Pior ainda: nunca reaproveitar aquelas talas que vêm nas grades rígidas, onde são prensadas para não soltarem. Ao tirá-las, são forçadas e se deformam demais. «» ª Um diorama, se não há espaço!
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