Flavio R. Cavalcanti - 14 Dez. 2014Este foi a primeira tentativa de projetar a maquete da EF Pireneus-Paranã. Teria um pátio de cruzamento de trens no alto (cota 180 mm), junto à parede do fundo; e outro embaixo, na frente da maquete. E o melhor de tudo nenhum dos dois seria reto. Início do planejamentoEm 17 Mar. 1983, chegou a coleção completa do Informativo Frateschi, que foi o ponto de partida. Mudou radicalmente minha concepção do ferreomodelismo. Li numa noite, reli dezenas de pontos na outra noite, fiz um índice dos pontos principais, e uma lista do que pretendia colocar em prática. A prancheta e o material de desenho já estavam à mão, não houve demora com isso. Em Abril, estava pronto o primeiro desenho, feito para um quarto de 3,55 x 2,35 metros.
Algumas das exigências fundamentais que me colocava:
Acima de tudo, queria escapar da paisagem achatada, retangular, do circuito oval, e das retas "horizontais" e "verticais", paralelas às bordas da mesa. Diversificar todos os ângulos, para que nada ficasse paralelo com nada exceto nos pátios ferroviários. E mesmo nestes, tentaria fazer curvoss. O modelo era o pátio de formação de trens de Conselheiro Lafaiete (abaixo) a meia altura de uma encosta em curva, como um anfiteatro. Como não podia mesmo começar a maquete de imediato, aproveitei para estudar bem o projeto, e me diverti bastante na prancheta de desenho. Essa brincadeira deve ter sido boa, pois nem parei para registrar o andamento do desenho. Restam poucas anotações.
Faltou desnívelOk, a montanha não precisava ser tão alta. Mesmo assim, era excesso de expectativa para um espaço tão pequeno. Infelizmente, por falta de experiência, deixei para calcular o nivelamento no final e só então verifiquei que o espaço não era suficiente para viabilizar o que havia desenhado. Os trilhos dos percursos intermediários subida e descida deveriam cruzar-se em três pontos da encosta. Em um ponto não havia desnível suficiente entre eles para cruzamento por viaduto. Em outro ponto, não era possível o cruzamento em nível. E assim por diante. Tentei realocar os trilhos, aqui e ali, para adequar os nivelamentos. Comecei pelas curvas à esquerda daí a confusão das linhas nesse lado, onde foram apagadas e refeitas uma ou duas vezes. A cada alteração, observava o pouco resultado obtido. Numerologia práticaExtensão dos trilhos Antes de investir em outro desenho, fiz o que devia ter feito no começo calcular o perímetro do quarto.
Perímetro Dos três "traçados" anteriores sobre uma folha retangular de compensado, havia extraído uma regra muito simples para prever a extensão possível dos trilhos em um trajeto circular: Somar os quatro lados da mesa, para cada volta dos trilhos.
É uma conta aproximada, mas tão certeira, na prática, que vale a pena investir 15 minutos nela teria me poupado 2 ou 3 semanas de desenho milimétrico, se eu já soubesse que a sinuosidade dos trilhos quase não faz diferença. Assim, o primeiro projeto foi um ótimo "aquecimento", na arte de encurvar a quadratura da maquete. E me ensinou que a regra do perímetro funcionava, também, para linhas tortas. Perímetro irregular Numa maquete em "L", ocupando 2 paredes e 3 cantos de um quarto, a conta é exatamente a mesma: Somar os quatro lados do quarto. A borda interna do "L" tem a mesma extensão das paredes deixadas livres [Só começa a fazer diferença em grandes espaços, que permitem formatos em "E", com múltiplas baías e penínsulas]. O perímetro era 2 x (3,55 + 2,35) = 11,8 metros, a máxima extensão possível para cada volta completa dos trilhos uma volta para subir, outra para descer 180 mm. Dois pátios de cruzamento e um canto vazio reduziam a extensão de trajeto dos trilhos para 9 metros, ou menos. Nem cheguei a mexer no restante do desenho. Logo me convenci de que o espaço era insuficiente para as correções necessárias. Com esperneio e tudo, o primeiro desenho não viveu mais de 30 dias, do começo até o arquivamento definitivo. Ainda tinha tempo de sobra, para fazer outros desenhos, antes de poder iniciar a maquete. Mas ficou claro que, ou abria mão dos parâmetros adotados, ou precisaria de um espaço maior. |
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Estrada de Ferro Pireneus-Paranã
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